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Estudo sugere método inédito para identificar agressores sexuais
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Estudo sugere método inédito para identificar agressores sexuais

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Aventuras Na História
12/02/2025 22h40
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©Foto de geralt, via Pixabay
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Um estudo realizado na Austrália sugere que as bactérias transferidas durante a relação sexual podem ser utilizadas em testes forenses para ajudar a identificar agressores sexuais.

As bactérias genitais, que são semelhantes aos microrganismos do microbioma intestinal, variam entre os indivíduos e são transferidas para os parceiros durante o sexo, deixando assinaturas específicas que podem ser detectadas posteriormente.

Conforme relatou ao The Guardian o Dr. Brendan Chapman, supervisor do estudo na Universidade Murdoch, a técnica de rastrear o microbioma sexual – denominado "sexoma" pelos pesquisadores – poderia ser usada em casos de agressão sexual onde não há presença de esperma.

Na Austrália, 97% dos agressores sexuais são homens, e uma em cada cinco mulheres com mais de 15 anos já sofreu agressão sexual.

Se não houver ejaculação, uso de preservativo ou um homem vasectomizado, essa técnica se torna uma abordagem importante a ser considerada”, explicou ao jornal britânico.

Fatores

Os pesquisadores se concentraram em um gene bacteriano, o 16S rRNA, que não está presente nos humanos. A sequência genética desse gene varia entre as bactérias encontradas em diferentes pessoas.

Ao analisar amostras genitais de 12 casais heterossexuais monogâmicos antes e depois da relação sexual, descobriram que a assinatura bacteriana de uma pessoa poderia ser identificada no parceiro após o ato.

Essa transferência de bactérias ocorria até mesmo quando o preservativo era utilizado, embora a maior parte da transferência fosse da mulher para o homem. No entanto, o momento em que o preservativo é colocado pode afetar a transferência.

Fatores como pelos pubianos, relação oral, circuncisão ou o uso de lubrificante não pareceram interferir na transferência bacteriana. A higiene pessoal masculina após o sexo, no entanto, poderia impactar a capacidade de rastrear a assinatura bacteriana, segundo o estudo.

Em um caso, uma assinatura bacteriana permaneceu detectável por até cinco dias após a transferência entre os parceiros.

Os pesquisadores sugerem que essa técnica poderia ampliar a janela de tempo para testes após uma agressão sexual, além do que é possível com a análise tradicional de DNA, que tem maior probabilidade de detectar esperma nas primeiras 24 horas após o ato.

Chapman, no entanto, ressaltou ao The Guardian que a técnica ainda está longe de ser usada em tribunais, pois é necessário aprimorar a singularidade das assinaturas bacterianas que podem ser detectadas.

Além disso, a equipe de pesquisa espera entender melhor como o sexoma se comporta na ausência de relação sexual e como ele varia ao longo do ciclo menstrual feminino.

Dennis McNevin, professor de genética forense na Universidade de Tecnologia de Sydney, destacou ao jornal que o perfil genético bacteriano poderia ser utilizado para confirmar ou refutar depoimentos em casos de agressão sexual nos quais outras evidências de DNA estejam ausentes ou sejam insuficientes.

“O DNA sempre será a primeira linha de investigação”, afirmou McNevin. Ele descreveu o rastreamento bacteriano como uma última opção, já que é um processo mais demorado, mais caro e envolve uma análise especializada.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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