Fóssil de 540 milhões de anos é achado no Brasil e ajuda confirmar teoria de Darwin
Aventuras Na História
Em Minas Gerais, pesquisadores descobriram o fóssil de uma cianobactéria inédita no mundo que coloca o Brasil no 'cenário de estudos sobre a evolução da vida'. Afinal, a Ghoshia januarensis, como foi batizada, existiu por aqui há 540 milhões de anos.
Conforme explica matéria do O Globo, a cianobactéria possui impressionantes 10 micrômetros (ou seja, 10 milionésimos de metro) e só pode ser observada através de microscópios eletrônicos.
"Essa espécie foi descrita pela primeira vez no mundo, era uma cianobactéria que existia aqui há mais de 540 milhões de anos, no período Pré-Cambriano, antes de dinossauros ou animais com esqueleto existirem", explica o geólogo Matheus Denezine, primeiro autor do artigo e pesquisador colaborador da Universidade de Brasília (UnB), em entrevista ao jornal carioca.
É uma descoberta que coloca o Brasil dentro do cenário de estudos sobre a evolução da vida", continuou.
Em estudo publicado na revista de Cambridge, no último dia 18 de março, os pesquisadores descreveram sete espécies descobertas, sendo a Ghoshia januarensis, até então, uma desconhecida. Ela ganhou esse nome justamente por ter sido encontrada no município mineiro de Januária.
Teoria de Darwin
Conforme explica Denezine, o achado ajuda a reforçar os pensamentos do naturólogo britânico Charles Darwin, que acreditava que já existia vida na Terra há mais de 500 milhões de anos — período que entende-se como Pré-Cambriano. Entretanto, a falta de registros fósseis na época o impediu de confirmar essa teoria.
Os fósseis foram localizados na Formação de Sete Lagoas, que fica dentro da bacia de São Francisco — abrangendo estados como Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Bahia. A Ghoshia januarensis foi encontrada em calcários da formação e vivia no que um dia foi um ambiente marinho. Outro ponto que chama a atenção é que a descoberta levanta a possibilidade da presença de petróleo na região.