James Webb detecta planeta 'super-puff' perseguindo sua própria atmosfera
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O telescópio James Webb detectou o exoplaneta “super-puff” expelindo muito hélio para o espaço. Após novas observações, especialistas dizem que o que pode estar acontecendo é um processo de perda de parte de sua atmosfera.
Conhecido como WASP-107b, o exoplaneta é classificado pela NASA como semelhante a Netuno em massa, embora tenha quase o tamanho de Júpiter. Ele orbita uma estrela do tipo K e pesquisas baseadas nas observações feitas com o Telescópio Espacial James Webb (JWST) mostraram que uma grande pluma de gás hélio foi vista evaporando do planeta gigante.
Pluma cinco vezes maior
Na segunda-feira, 1, os resultados da pesquisa foram publicados na revista Nature Astronomy. Eles mostraram que o gás dominava uma área quase cinco vezes maior que o diâmetro do planeta. Além disso, era possível visualizar o gás se movendo em alta velocidade muito à frente do planeta ao longo da órbita de WASP-107b.
De acordo com informações repercutidas pela revista Live Science, o autor principal do estudo, Vigneshwaran Krishnamurthy, disse em comunicado que a pesquisa representa a primeira vez que o JWST capturou a fuga de hélio deste planeta. Krishnamurthy, além de autor do estudo, também é pesquisador de pós-doutorado no Instituto Espacial Trottier da Universidade McGill, em Montreal.
Essa descoberta é importante, pois pode ajudar os pesquisadores a entender melhor o comportamento das atmosferas dos exoplanetas, como o WASP-107b, que é um planeta gigante extremamente leve, quase do tamanho de Júpiter, mas com densidade tão baixa que entra na categoria dos chamados super-puff.
Sinais de atmosfera instável
Os dados do Webb também revelam uma composição atmosférica incomum, com água e outros gases presentes, mas quase nenhum metano, algo inesperado para um planeta desse tipo. Os pesquisadores sugerem que o calor extremo pode estar misturando as camadas profundas da atmosfera e acelerando sua perda. Entender esse processo ajuda a compreender como mundos próximos a suas estrelas, como Vênus, podem ter perdido parte de seus gases ao longo de bilhões de anos.

