Mapa para monitorar desmatamento vai mapear árvores da África
Aventuras Na História
Imagens de satélite de alta resolução foram usadas para mapear cada árvore que compõe a cobertura vegetal do continente africano inteiro, utilizando uma nova técnica de monitoramento do desmatamento que pode ser de grande ajuda para o combate à perda da flora global.
O geógrafo Florian Reiner, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, se juntou a um time de cientistas para usar imagens de satélite da empresa estadunidense Planet com o intuito de abastecer modelos de aprendizado de máquina que podem monitorar a situação da cobertura vegetal da África.
Na maioria das vezes, os satélites modernos capturam árvores em uma resolução de 30 metros, conseguindo assim medir o tamanho de florestas inteiras, mas não acompanhar árvores individuais. Reiner e seus colegas usaram dados de satélite com uma resolução de 3 metros, conseguindo, assim, mapear todas as árvores do continente, incluindo aquelas que não são parte de uma floresta.
Fora da floresta
Após o estudo usando as imagens de satélite, os pesquisadores chegaram à conclusão de que 30% das árvores africanas não estão em florestas, e sim espalhadas por zonas rurais, urbanas e áreas de savana. Como explica Reiner ao site de divulgação científica NewScientist, muitos países da África não têm florestas densas, mas pode chegar a ter muitas árvores.
Uma pesquisa parecida com a de Reiner foi realizada no continente europeu, revelando que, em certos países da Europa, até 24% de sua cobertura vegetal estava fora de florestas.
Crise climática
Monitorando árvore por árvore, é possível entender como cada uma delas é afetada pela crise climática, como se adapta ou reage à nova realidade. Outro aspecto que também passa a ser verificável é a vulnerabilidade de certas árvores, em termos de probabilidade de sofrer com desmatamento.
Essa nova tecnologia também pode melhorar o monitoramento de esforços de reflorestamento, que são importantes para remover dióxido de carbono da atmosfera e retomar a cobertura vegetal mundial.
A pesquisa é um material que mostra como a tecnologia poderia ser usada, não um mapa pronto para "uso comercial imediato", como explicou Reiner ao NewScientist. Ele afirma que espera que essa técnica de mapeamento possa ser usada para monitorar os recursos vegetais da humanidade.