Fóssil de tatu gigante revela presença de humanos na América antes do que se pensava
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Um recente estudo arqueológico feito por pesquisadores da Universidade Nacional de La Plata revelou evidências de que os humanos habitavam a América do Sul muito antes do que se pensava. Os cientistas encontraram sinais de cortes realizados por humanos no fóssil de um tatu gigante de cerca de 21 mil anos.
Imagem: Del Papa et al, 2024 - Revista PLOS ONE
As evidências fossilizadas foram descobertas às margens do rio Reconquista, na atual Argentina, e pertenciam a um gliptodonte, um parente já extinto dos tatus atuais. Análises detalhadas revelaram distintas marcas feitas por instrumentos cortantes de pedra e localizados em diferentes regiões como ao redor da pélvis, cauda e armadura do corpo do animal.
Imagem: Del Papa et al, 2024 - Revista PLOS ONE
A datação dos restos mortais varia de 21.090 a 20.811 anos, o que sugere que os primeiros humanos chegaram à região muito antes do que se estimava anteriormente. Enquanto algumas estimativas conservadoras apontavam para um povoamento humano há 16 mil anos, a descoberta dos cortes no tatu gigante reforça a posição de que a presença humana na América do Sul é mais antiga.
Essas novas evidências têm o potencial de acirrar as discussões sobre o momento em que os primeiros humanos se estabeleceram nas Américas. Embora ainda haja mistério sobre como exatamente ocorreu esse processo migratório, a compreensão científica atual sugere que os humanos chegaram às Américas depois de migrar da Sibéria para o atual Alasca, através da Beríngia, uma ponte terrestre que existia durante a última Era do Gelo.
Ao longo dos milênios, diversos grupos migratórios partiram da Beríngia e se estabeleceram em diferentes regiões do continente americano, inclusive na América do Sul. A descoberta dos cortes feitos pelos humanos no tatu gigante extinto reafirma que a presença humana na região remonta há milhares de anos.
Esse estudo não apenas traz novas informações sobre a história antiga da América do Sul, mas também lança luz sobre as possíveis causas da extinção do tatu gigante. A caça excessiva, como indicado pelos cortes encontrados nos restos mortais, pode ter sido um fator importante na redução da população desses animais gigantes.
A pesquisa, foi publicada e pode ser acessada no site da revista científica PLOS ONE . O estudo destaca a importância de continuarmos explorando e estudando esses fósseis antigos para aprofundar nosso conhecimento sobre o passado distante da América do Sul.