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A história e importância dos jogos de terror para o seu divertimento
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A história e importância dos jogos de terror para o seu divertimento

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Tecmundo
17/12/2022 17h00
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Você já deve ter percebido que vários games possuem elementos de games de terror neles, como Devil May Cry, Dark Souls, Castlevania, Dark Souls, The Last of Us e outros, mas como tudo isso começou? Qual foi o seu impacto? Quais são os subgêneros dos títulos de terror? O que exatamente o gênero trouxe para os outros estilos? 

Embora muita gente pense que o gênero terror seja formado apenas por jogos que causam medo, na verdade historicamente o estilo possui vários subgêneros diferentes que influenciaram a indústria do cinema e dos jogos de formas bem variadas nas últimas décadas. 

Os livros de terror há vários séculos eram os principais responsáveis pelos sustos. Obras como O Fantasma da Ópera e algumas de J.P. Lovecraft foram grandes inspirações para os primeiros jogos de terror quando surgiram nos rudimentares consoles ainda na década de 70.

O primeiro nasceu junto com a primeira geração de videogames e trazia mais risadas do que sustos pois, como em todos os títulos da época, ele tinha um foco na interação familiar. Esse é Haunted House, desenvolvido em 1972 para o Odyssey da Magnavox, o primeiro console caseiro. O game vinha junto ao aparelho e, assim como outros jogos, funcionava em uma película com um casarão mal assombrado desenhado. Ela era grudada na tela da televisão graças ao magnetismo, possibilitando ao jogador guiar uma luz, representando o personagem, enquanto procura pistas pelos cômodos da casa evitando fantasmas, posicionados previamente por outra pessoa. O terror acontecia quando você passava pelo local onde havia um fantasma, pois a outra pessoa gritava te provocando o susto. Parece bobo, mas tudo começou assim.

Um ano depois, em 1973, o programador Greg Yob criou Hunt the Wumpus para computadores TRS-80. O game consistia em um intrincado sistema de cavernas interligadas onde o jogador deveria encontrar os caminhos para sobreviver. Nele havia penhascos e morcegos gigantes, além da possibilidade de caçar ou ser caçado pelo monstro Wumpus. O game se tornou um sucesso e foi o primeiro conceito para o subgênero de terror Survival Horror e o Wumpus se tornou um monstro conhecido na mídia aparecendo em outros jogos, chegando até a virar uma carta de Magic The Gathering

O conceito de enfrentar perigos com poucos recursos enquanto o monstro está à solta e precisa ser parado acabou sendo visto nos cinemas posteriormente, como no filme Alien, provando seu potencial. O caminho inverso também aconteceu. A partir de 1974 vários filmes de sucesso do gênero terror começaram a ser lançados e eles influenciaram muito a produção de títulos da época, que foram em sua maior parte inspirados nesses longa-metragens. 

Os games de terror eram, em sua grande maioria, lançados por programadores e estúdios third party, pois no começo da indústria dos games as principais empresas tinham medo de alinhar seus produtos com o gênero, devido às cenas de violência, mesmo com todo sucesso e gore que tinha no cinema. Quem deu o pontapé inicial foi a ousada Atari com Shark Jaws (1975). Mesmo não pagando pelos direitos do longa, este é o primeiro game que busca ser uma adaptação de um filme, no caso o clássico Tubarão, de Steven Spielberg. 

Outro exemplo é The Texas Chain Saw Massacre, o jogo do Massacre da Serra Elétrica, lançado para Atari 2600 e que, embora você ainda precise matar inocentes com uma violentíssima serra, os programadores da Wizard Video deixaram o game bastante colorido e bonito, retirando todo e qualquer elemento de gore ou de terror para ser mais facilmente aceito pela sociedade da época. 

Um dos primeiros jogos a começar a romper com isso foi o game baseado no filme Halloween para Atari 2600 em 1983 que, apesar de ainda ser bem colorido, tinha uma trilha bastante característica e te colocava na pele de uma babá que precisava salvar crianças do vilão Michael Myers e sua faca.

Apesar de começar com pouca inovação, a década de 80 foi bastante produtiva para o gênero e gerou vários jogos de destaque, como House of Usher de 1980 para Atari 2600, em que o objetivo é sobreviver a um casarão mal-assombrado, algo muito difícil de ser bem retratado naquele limitado console, mas que se mostrou possível abrindo boas oportunidades. Outro que vale destacar é Deathmaze 5000 para os computadores TRS-80 e Apple 2. No game em primeira pessoa você precisa chegar ao final dos labirintos antes de morrer de fome e ainda escapar de monstros e resolver quebra-cabeças. O jogo fez sucesso e a sua sequência, Labyrinth, foi uma das grandes inspirações para John Romero e John Carmack criarem os jogos Wolfenstein e Doom, além de várias outras tecnologias muito importantes para os jogos de PC. 

Outro no mesmo estilo é 3D Monster Maze de 1982 para os computadores Sinclair ZX81. Ele te coloca preso em um cenário cheio de labirintos com Tiranossauro Rex correndo atrás de você enquanto uma legenda vai te avisando o que está acontecendo, conceito bastante parecido com o visto no filme Jurassic Park que foi lançado anos depois.

Saindo dos PC, acredite se quiser, mas os arcades também receberam jogos de terror. O mais conhecido da época era Splatterhouse, um game com clima bastante denso com bebês muito estranhos e bastante violência, sendo considerado por muitos um clássico cult. Nos consoles, Project Firestart de 1989 se inspirou bastante no filme Alien e foi premiado como um dos melhores jogos de Commodore 64 e é conhecido como um dos games que ajudou a moldar o gênero Survival Horror com a sua jogabilidade não linear e múltiplos finais. 

A gigante Capcom também se aventurou no gênero em 1989 lançando o jogo Sweet Home, um game com sistema de RPG por turnos e de morte permanente em que cinco pessoas invadem uma casa mal-assombrada para filmar o interior, mas acabam presos com os fantasmas. Posteriormente Sweet Home se transformou em um dos jogos mais importantes para o gênero, mas essa história eu conto daqui a pouco. 

Sweet Home se tornou o jogo de terror mais famoso da história, mas poucos sabem o motivo.Sweet Home se tornou o jogo de terror mais famoso da história, mas poucos sabem o motivo.

Com a evolução das tecnologias, graças às descobertas de John Romero e Carmak, o 3D estava cada vez mais realista nos PCs e, aproveitando isso, a Infogrames lançou um dos mais influentes e revolucionários games dos jogos de terror: o clássico Alone in the Dark. No jogo o protagonista está preso em uma mansão onde uma pessoa teria dado fim a própria vida e você precisa investigar o que realmente aconteceu, além de enfrentar os mais diversos inimigos e sons horripilantes. O título redefiniu o gênero de terror, principalmente o sub gênero Survival Horror, influenciando praticamente todos os jogos do estilo a partir de 1992 e lançando uma nova onda de games do gênero. Entre os mais destacados da franquia está Alone in the Dark 3, de 1994, com a mesma premissa, porém em uma cidade fantasma.

Um dos maiores influenciados pelo sucesso de Alone in the Dark foi Phantasmagoria de 1995, um controverso FMV para PC filmado com pessoas reais e cenas explícitas de todo tipo de violência que você possa imaginar, o que causou muita polêmica na época, mas o mais famoso game que bebeu dessa fonte de câmera fixa, poucos equipamentos e tudo mais que um bom Survival Horror precisa ter, foi o gigantesco sucesso da Capcom, "Sweet Home Remake". Não conhece? Conhece sim!

Em meados da década de 1990, vendo o sucesso de Alone in the Dark, a Capcom começou a produzir uma nova versão de Sweet Home, porém durante a produção as ideias começaram a ficar bem distantes do original e por isso a equipe decidiu rebatizar esse projeto. Assim, em 1996, nasceu Biohazard no Japão, que no ocidente é conhecido como Resident Evil. Ele é um sucessor espiritual de Sweet Home, porém se tornou muito maior que o game de Nintendinho e influenciou boa parte dos jogos que vieram posteriormente. Não só de survival horror, mas também de outros gêneros, consolidando o subgênero e criando os outros. 

"Se essas paredes pudessem falar, elas gritariam"

Resident Evil 1 era uma mistura de tudo o que havia de melhor em Alone The Dark, porém expandindo esses pontos enquanto exibia gráficos bastante realistas para a época. O primeiro jogo foi um sucesso mundial gerando várias sequências, spin-offs, filmes e jogos influenciados, com uma das primeiras franquias a seguirem essa escola sendo Clocktower, que era um jogo point and click 2D do Super Nintendo, mas que em sua sequência decidiu abandonar completamente esse estilo para se inspirar principalmente na parte técnica do jogo da Capcom enquanto coloca uma adolescente japonesa em uma casa cheia de perigos. Só que houveram muitos jogos que beberam muito mais do que apenas quesitos técnicos de Resident Evil, como Galerians para Playstation, Deep Fear para Saturn, Carrier para Dreamcast e Eternal Darkness de Game Cube. Parasite Eve, da Square, também bebe dessa fonte, porém tendo elementos próprios e bastante personalidade própria. Mas o jogo que mais do que beber na fonte, se jogou nela e tomou banho nas águas, foi outro da própria Capcom. 

Lançado em 1999, Dino Crisis é na essência de seu gameplay resumidamente um Resident Evil com dinossauros e que, assim como sua inspiração, fez bastante sucesso com o público e crítica. Entretanto um choque foi dado no estilo com o lançamento bastante criativo e focado muito mais na parte de terror do que na de sobrevivência, usando uma limitação de hardware para criar um ambiente ainda mais sinistro devido a uma névoa bem densa. Enfim chegamos a cidade de Silent Hill.

No game de terror psicológico da Konami, exploramos toda cidade com os mais diversos inimigos sobrenaturais, monstros e quebra-cabeças complexos para encontrar respostas sobre a vida do protagonista. O jogo possui diversos finais e foi aclamado em todos os quesitos possíveis, se tornando uma franquia de sucesso com destaques para Sillent Hill 2 e 3. Pode-se dizer que as franquias Silent Hill e Resident Evil moldaram o survival horror e comandaram o subgênero na época, tanto que a partir dali, foi difícil ver outros jogos chamarem muita atenção em nível mundial. Alguns dos poucos exemplos que conseguiram isso utilizaram o já consagrado modelo de terror japonês de filmes e contos que visa a imersão do espectador através de uma narrativa focada no psicológico. Foi assim que nasceram algumas pérolas inesquecíveis.

Esse caminho foi trilhado, por exemplo, por Clock Tower 3, continuação dos jogos de sucesso anteriores, e Siren, que foi feito pelo criador de Silent Hill tendo a Sony como publisher, já que ela também queria um Survival Horror para o seu PlayStation 2. Uma das poucas franquias que ganharam destaque sem ter ligação com alguma outra empresa já consagrada no ramo foi Project Zero, ou como é mais conhecido no ocidente: Fatal Frame, da Tecmo. O game foi inspirado em supostas histórias reais japonesas que teriam acontecido na mansão Himuro, que supostamente existe de verdade, e teria sido palco de coisas macabras. Embora nada disso tenha sido comprovado, Fatal Frame mergulha no terror psicológico e imersivo do estilo japonês se aproveitando de todo o hardware do Playstation 2, mesmo ainda em 2001. O game rapidamente se tornou uma franquia de sucesso ganhando continuações com destaque para Fatal Frame 2 e 3. Com isso, cada vez mais jogos focados principalmente em narrativa, sendo terror ou não, começaram a ser lançados. 

Claro que houveram tropeços também. Silent Hill chegou na quarta edição da franquia com um game chamado The Room que usava um ousado porém ainda rudimentar sistema de primeira pessoa, que no futuro se tornaria tendência, mas que na época dividiu opiniões. A franquia ainda lançou vários outros games que acabaram tendo uma recepção bastante mista. Dino Crisis também passou a ter jogos com mais temática de ação e aventura, enquanto que por outro lado seu irmão mais velho, Resident Evil, ia cada vez mais pelo caminho da ação, com os Resident Evil 4 e 5, que na verdade foram muito bem mesmo sendo menos focados no terror. Bizarramente, um dos jogos do gênero que mais faziam sucesso nos anos 2000, era um de arcade, o The House of the Dead que era facilmente encontrado em shoppings por ai em contrapartida aos jogos de luta que minguavam nessas máquinas. 

Então, vendo como estava caminhando o mercado e em meio às críticas sobre seus jogos, a iD Software aproveitou o sucesso dos mais diferentes games de terror e lançou Doom 3 com uma pegada muito mais sombria e com vários jumpscares durante o gameplay. Os próprios desenvolvedores disseram que o jogo tem influência dos filmes Alien e Madrugada dos Mortos, até por isso além dos demônios, o jogador também enfrenta uma espécie de zumbis. O sucesso do novo Doom, que misturou tiro em primeira pessoa com Survival Horror, somado ao caminho que Resident Evil estava tomando, provou a força uma variedade no gênero terror, ajudando a difundir e concretizar o subgênero Action Horror, focado mais em ação do que em terror.

Um exemplo é F.E.A.R., lançado para PC em 2005, colocando o jogador em um esquadrão de elite na luta contra seres sobrenaturais enquanto mete bala neles. Outra franquia que apostou bastante nesse subgênero foi Resident Evil, lançando a série Chronicles e o famigerado Operation Raccoon City. Porém o jogo que mais se destacou nesse gênero foi de uma empresa que pouco lançava jogos para maiores de 18 anos, a EA, com a franquia Dead Space. Este é um game ambientado no futuro onde você enfrenta vários monstros enquanto tenta sobreviver em uma estação espacial que está sendo atacada. Foram lançados três jogos que se tornaram um sucesso mundial vendendo 8 milhões de cópias e recebendo vários spin-offs. 

Os action horror se tornaram tendência forte ao ponto de até mesmo franquias consagradas como Call of Duty apostar no subgênero e lançar o modo Zombies. Isso continuou em vários outros jogos lançados como DayZ, Left for Dead 2, Dead Rising 3, Dying Light e vários outros. Sempre com muita ação e sempre com muitos zumbis. Nesse período de zumbificação de games é impossível não destacar o jogo Dead Island com seu absurdo trailer invertido, que até hoje é de bater palmas de pé.

Foram anos de jogos de action horror de alto investimento feitos pelas principais produtoras, o que por um lado agradava muito aos fãs desse estilo, mas que por outro desagradava aos fãs mais “puristas” do gênero terror, pois jogos desse subgênero recebiam bem menos investimento das grandes produtoras e por consequência tinham menos lançamentos. Quem rompeu com isso, mostrando que havia um outro caminho, foi a então combalida Remedy ao fazer em 2010 o exclusivo para Xbox 360, Alan Wake. O jogo foi aclamado por manter elementos de terror e survival horror junto com uma história envolvente, mas que merecia muito mais destaque do que recebeu.

Outro destaque entre os jogos menores foi Resident Evil Revelations, lançado em 2012 pela Capcom apenas para o portátil Nintendo 3DS, voltando ao Survival Horror do início da franquia e contrastando em muito com o action horror de Resident Evil 6, lançado naquele mesmo ano. Esse movimento, mesmo que em casos isolados, demonstrou que ainda existia um público forte e sedento por jogos de terror mais tradicional, isso somado ao fato de que alguns programadores que estavam se formando por volta da década de 2010 eram jogadores de jogos do estilo quando eram mais novos, fez com que o meio indie se tornasse a casa dos fãs de jogos de terror, pois eles entendiam bem o que o público queria. Nascendo a segunda era de ouro do gênero, focada principalmente na imersão profunda, usando a jogabilidade em primeira pessoa e destaque nos efeitos sonoros como principais pilares para isso. 

O primeiro game do tipo a se destacar mundialmente foi Amnesia, lançado em 2010 pela Frictional Games para PC, que colocava um homem sem memória em um castelo tentando entender o que estava acontecendo. O jogo foi um sucesso absoluto e abriu as portas para outro que se tornou um fenômeno mundial: Slender. O jogo de 2012 feito por uma única pessoa era grátis, funcionava em qualquer computador e era relativamente simples de jogar. O jogador só precisava encontrar 8 bilhetes sem ser pego pelo Slenderman. Logo em seguida, em 2013, foi lançado Outlast, que tinha o mesmo clima de Slender porém com a maior complexidade e técnica. O jogo também foi absurdamente muito bem, tanto com o público quanto com a crítica e se tornou uma franquia relevante do meio. No ano seguinte mais um sucesso indie: Five Nights at Freddy's foi lançado para PC e também foi feito por apenas uma única pessoa, apostando em um visual mais infantilizado, se tornando alvo de teorias e debates entre os fãs da série por anos. Outro sucesso do gênero foi Doki Doki Literature Club. O jogo gratuito foi anunciado como um simulador de namoro simples, porém possui um profundo sistema de terror psicológico durante a gameplay, o que atormentou muitos desavisados.

Sim, é o Alanzoka em 2016.

Esses games se popularizaram muito com o YouTube. Era muito fácil você achar gameplay em reacts desses jogos e todo mundo adorava os compilados de sustos desses streamers. É possível dizer que o Youtube e a Twitch ajudaram em muito na popularização desse estilo de jogo psicológico, pois o formato agrada tanto quem gostava de ver jogos de terror, quanto aquelas pessoas que, assim como eu, simplesmente só queriam rir com os sustos que os streamers tomavam.

Além disso, as livestreams começaram a receber enxurradas e conteúdo do tipo devido a jogos de empresas pequenas que conseguiram os direitos de filmes de terror de sucesso, assim criando seu jogos e popularizando ainda mais o estilo survival horror de slasher, em que um jogador é o vilão e os outros jogadores têm que sobreviver, como podemos ver em games como Friday the 13th The Game e Dead by Daylight, onde você pode ser Jason ou Freddy, ou uma bruxa malvada, ou um vilão com a serra elétrica, ou simplesmente o alvo deles tentando fugir e vencer a partida.

Assim, vários games independentes começaram a ser lançados com os mais variados designs, conceitos e propostas, se tornando o momento mais criativo do gênero na história e trazendo-o de volta ao status de tendência na indústria dos jogos. É exatamente por isso que, vendo o sucesso de games de baixo orçamento, grandes lucros e muita popularidade, as grandes produtoras voltaram a investir nos jogos de terror e viram nisso como algo bastante promissor. 

A primeira empresa a se movimentar nesse sentido foi justamente aquela que ainda não tinha entrado nos jogos de terror: a SEGA. Em 2014 ela cansou de ver os jogos de sucesso inspirados no filme Alien e decidiu ela mesma lançar o seu próprio, com um estilo seguindo completamente a fórmula dos estúdios indies, criando um projeto bastante simples e barato, mas de muito sucesso: Alien Isolation. Ele foi um sucesso entre os streamers pois colocava os jogadores para cumprir objetivos e escapar de uma nave com um Alien dentro. No mesmo ano a Bethesda recrutou Shinji Mikami e lançou The Evil Within com vendas bastante acima do esperado, rendendo inclusive uma continuação posteriormente. 

Em 2015 a Sony lançou Until Dawn, um exclusivo para PlayStation 4 revivendo os clássicos filmes de slashers onde jovens são salvos por algum maluco. O gênero estava de volta com força total, mas ainda faltava algo importante, na verdade, duas grandes lendas! 

Na Gamescom 2014, a Sony anunciou a produção de um novo jogo de terror que estava sendo desenvolvido para os anos seguintes, comandado pelo produtor Hideo Kojima e o diretor vencedor do Oscar, Guillermo Del Toro. O que se viu foi um teaser jogável disponível na hora para todos baixarem e conhecerem. A qualidade, os detalhes, a atenção e os segredos encontrados em P.T. tornaram o teaser mais jogado que muitos games completos da época, ainda mais pois ao terminar o gameplay você descobria que estava jogando com o famoso ator Norman Reedus, que na época fazia muito sucesso na série The Walking Dead, e aquela seria a continuação de Silent Hill. Um dos principais games de terror estava voltando e com grandes nomes a frente. Infelizmente, a Konami decidiu mudar completamente o seu modelo de negócios e cancelou a produção, mas seu sucesso e estilo inspiraram diversos jogos do gênero, e foi bebendo bastante dessa fonte que o rei dos jogos de terror voltou em sua forma mais imersiva.

Resident Evil 7 foca inteiramente no terror, sem ação desenfreada ou câmera em terceira pessoa. É apenas você, seu psicológico e a vontade de sobreviver sem deixar de querer entender o que estava acontecendo naquela casa louca, com uma família ainda mais louca. Isso foi a guinada que faltava para franquia retornar aos trilhos e voltar a ser influência para outros jogos. Mesmo com algumas críticas por mudar o seu modo de jogo, o game foi um sucesso de vendas e provou a força e a influência que os jogos de terror possuem, se mostrando um dos gêneros mais antigos, importantes e imersivos da história dos games. A partir de então, diversos outros grandes jogos de terror, de diversos sub-gêneros diferentes, foram lançados pelas produtoras, inundando o mercado com todo o tipo de jogo. Resident Evil ainda mostrou sua força lançando uma série de remakes de seus antigos jogos, enquanto que outros estúdios tentavam se diferenciar, o que causou uma avalanche de jogos de terror no espaço, como o remake de Dead Space, feito pela EA, e The Callisto Protocol, feito por alguns ex funcionários da própria EA. 

Essa força, longevidade e criação de tendências nos mostra o quanto os jogos de terror abriram espaço para vários temas, cenas e experimentações que se tornaram diferenciais na temática ou na proposta de vários jogos que tiveram sucesso em deferentes gerações. Então se atualmente muitos jogos focam em narrativa, são extremamente imersivos ou possuem cenas impactantes, é porque os jogos de terror testaram e provaram antes que é possível ter essa experiência satisfatoriamente em um game, influenciando e ajudando a criar conceitos de séries como Devil May Cry, Dark Souls, Castlevania, The Last of Us e muitas outras. Agora só esperar para ver qual a próxima tendência que esse gênero irá criar para nos dar ainda mais sustos e diversão.



Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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