A tecnologia como instrumento a favor da pessoa com deficiência visual
Tecmundo
Você sabia que no dia 04 de janeiro comemora-se o Dia Mundial do Braille? Essa data homenageia o nascimento de Louis Braille, que como você pôde notar, leva em seu nome a grafia do sistema de escrita tátil usado ainda hoje por pessoas cegas ou com baixa visão, por ter sido ele o criador.
Louis com apenas 3 anos de idade perdeu a visão ao brincar na oficina de seu pai. Mais tarde, com a régua e o estilete, Louis se engajou a fazer um sistema que eliminasse a grafia sonora e com 15 anos de idade inventou o sistema em relevo. O Braille é lido da esquerda para direita, sua estrutura é composta por 63 sinais gravados em relevo, que são organizados em duas filas verticais com 3 pontos cada uma.
A data visa dar luz para os problemas diários enfrentados por pessoas com deficiência visual que na maioria das vezes são estigmatizados e conscientizar de que elas se escolarizam, produzem, são cidadãos ativos na sociedade. Para tanto, é imprescindível a produção de materiais em relevo, visando garantir oportunidade de estudo, leitura e apreciação do que tiverem interesse de consumir.
Talvez você esteja pensando sobre a quantidade de recursos em áudio disponíveis, no entanto, o caminho mais utilizado para alfabetização de pessoas com qualquer tipo de deficiência visual é o Braille.
Iniciativas transformam a tecnologia em uma ferramenta para dar mais independência a pessoas com deficiência visual.
Com o passar dos anos, o avanço da tecnologia oferece ao público com deficiência visual iniciativas que dão acesso e melhoram o dia a dia. Por exemplo, a startup See Color criou uma linguagem em que o alto relevo é usado para fazer a leitura das cores, o que dá à pessoa com deficiência visual mais autonomia em suas escolhas.
O Braille lido com as pontas dos dedos, agora com versão atualizada do Narrador, pode ser usado na tela com o auxílio do leitor de tela do Windows, que suporta telas e teclados em Braille digital.
A Microsoft, oferece o aplicativo Seeing AI que faz descrições de áudio avançadas, podendo ler uma nota manuscrita ou digitalizar um código de barras, podendo também descrever a quantidade de pessoas num ambiente e a posição espacial delas.
Pensando em uma melhor qualidade de vida e independência dessas pessoas a Intel criou uma companheira de trajeto: uma mochila com funções que ajudam as pessoas com deficiência visual a se locomoverem. Com ativação por voz e recursos de inteligência artificial, o dispositivo é capaz de identificar e avisar sobre obstáculos físicos, como mudanças de relevo e movimento de objetos, além de alertar sobre faixa de pedestres e sinais de trânsito. A mochila ganhou a premiação ao participar da OpenCV Spatial AI 2020.
Pode ser curioso pensar que um acessório tão comum no cotidiano das pessoas tenha funções que atendam a necessidade de um público específico, mas preste atenção que me proponho a te explicar o funcionamento: como esperado, toda aparelhagem fica dentro da mochila que tem uma unidade de computação semelhante ao tão conhecido notebook.
Com duração aproximadamente 8 horas a bateria fica na pochete e a câmera no colete. Ao conectar um fone de ouvido bluetooth o usuário da mochila consegue dar comandos de voz e realizar consultas. A resposta da mochila em relação a alertas importantes para locomoção é feita por voz.
A tecnologia tem muita potência e é aliada de todas as pessoas, mas não podemos deixar de pensar que existem grupos que podem se beneficiar dela para ter independência e acesso à atividades básicas e de direito. Minha esperança é que 2023 seja ainda mais um ano de muita novidade nesse sentido e que as pessoas com deficiências, de fato, sejam respeitadas enquanto indivíduos e cidadãos!