A tecnologia existe para nos servir
Tecmundo
Por Renata Horta
Da inteligência artificial até a automação de processos, há muito que a tecnologia está fazendo pelo trabalho atualmente . Mas, ao mesmo tempo em que é uma ajuda imensa à produtividade de todo mundo, também causa preocupação. Afinal, não sabemos inteiramente o que esperar dos anos que estão por vir, com cada vez mais soluções tech surgindo e alterando a forma como trabalhamos.
Esse é um assunto extenso que pode se desdobrar em muitos outros. Eu, inclusive, participei de um debate exatamente sobre isso no Web Summit Rio deste ano, ao lado do Felipe Matos, CEO e fundador da Faculdade Sirius, e com a moderação da repórter do The New York Times, Emma Goldberg. E a questão principal que fica é: como o futuro do trabalho e da busca por talentos se relaciona com os saltos tecnológicos que estamos vivenciando?
Acredito que a resposta está em consertar a perspectiva que está colocando a tecnologia como nossa antagonista, em alguns casos, ou superior, em outros. Ela não é nem uma coisa nem outra.
A verdade é que o futuro que queremos para as próximas gerações e até mesmo para nós, daqui poucos anos, não está nas mãos das mudanças tecnológicas , como algumas pessoas parecem acreditar. Não são esses avanços que vão determinar o que acontecerá com a humanidade. Pelo contrário: somos nós que guiaremos a tecnologia para o destino que buscamos.
É natural que o desenvolvimento rápido assuste um pouco. Afinal, estamos vivenciando uma verdadeira revolução digital e às vezes parece que não dá para se manter atualizado. Mas é só ver o quão rápido nos adaptamos às novidades para perceber que, talvez, esse discurso menospreze nossa capacidade de evoluir junto. Até porque nenhuma mudança se torna verdadeira em grande escala sem a aderência da população.
A tecnologia não para de evoluir, mas nós que devemos ter o controle da situação. Isso porque, ela é criada e controlada por nós.
Precisamos lembrar que a tecnologia existe para nos servir e não o contrário. E isso vale para todo aspecto da vida humana, inclusive o trabalho, onde grande parte das últimas discussões a respeito de tecnologia e mudanças têm acontecido.
O que é importante assimilar para seguir uma evolução adequada é priorizar a ética e a sustentabilidade durante esses avanços. Devemos questionar, sim, quando uma novidade se baseia em métodos impróprios para funcionar, ou quando as consequências negativas podem ultrapassar as positivas em determinada situação, mesmo que não tenha sido proposital. Assim como devemos considerar as consequências de longo prazo, para as próximas gerações, das tecnologias que estamos nutrindo no mundo. Esses são debates valiosos e que não devem acabar.
Ao mesmo tempo, precisamos atuar com afinco na evolução comportamental, para que cada vez mais pessoas se sintam adaptadas a um mundo mais tecnológico. O mercado de trabalho está passando por uma ressignificação — as expectativas dos colaboradores, principalmente, estão mudando — e se manter competitivo requer atenção e mãos na massa para se adaptar.
Não é simples equilibrar tudo enquanto o planeta segue em movimento, mas não é impossível. Contar com ajuda para isso, aliás, é o que pode fazer a diferença para muitas companhias. Estamos juntos nessa evolução e parcerias firmes sempre pavimentam um caminho muito melhor. Temos ajudado as pessoas a não só entenderem a inovação, mas a desenvolver as habilidades para fazer parte desse processo de forma ativa, por isso sabemos que é possível e que vale a pena.
A tecnologia é nossa aliada para chegarmos a novas formas de criar e gerir negócios, é isso que o momento pede. Não podemos seguir com a mesma forma de gerir negócios e pessoas que nos trouxe até aqui, elas estão se mostrando muito ineficientes para solucionar os novos desafios.
Precisamos sentar no assento do piloto e definir a jornada que queremos percorrer, porque passou da hora de buscar novos modelos para criar o futuro ideal: tecnológico, sim, e humano também.
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Renata Horta é conselheira da Faculdade Sirius, membro do Conselho de Inovação da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas) e sócia fundadora e diretora de novos serviços e parcerias na Troposlab , empresa especializada em inovação, focada nas necessidades do ecossistema empreendedor e em gerar conhecimento.