Apple rejeita atualização de app que usa o ChatGPT e desagrada criadores
Tecmundo
A Apple rejeitou uma atualização do aplicativo BlueMail, que usa uma versão do ChatGPT da OpenAI para automatizar a escrita de e-mails. A big tech alegou que a ferramenta poderia produzir conteúdo inapropriado para crianças, segundo documentos apresentados pelo app.
Para ser aprovado na App Store, a Apple pede que a classificação etária do aplicativo seja revisada para 17 anos ou para que um filtro de conteúdo fosse implantado. A companhia disse ainda disse que os desenvolvedores têm a opção de contestar uma rejeição por meio do processo do App Review Board.
Check out BlueMail GEM AI in action as it generates an email addressing Apple's unfair conduct. Apple persists in blocking the @bluemail update, and this has led to frustration among consumers who are unable to enjoy it fully. pic.twitter.com/ELsz6DNdnk
A Blix, companhia responsável pelo aplicativo, criticou a Apple por discriminação, já que outros aplicativos com recursos semelhantes não possuem restrições de idade. “Outros aplicativos baseados em GPT parecem não ser restritos”, afirmou Ben Volach, fundador da Blix à agência de notícias Reuters.
A empresa conseguiu atualizar o BlueMail na Google Play Store sem solicitação de restrição de idade ou filtro de conteúdo.
Fundador da Blix afirma que outros apps que usam o ChatGPT não foram censurados pela Apple. (Fonte: Ben Volach/Twitter/Reprodução)
Esse não é o primeiro conflito entre Volach e a companhia liderada por Tim Cook. Quando a big tech lançou o recurso “Sign with Apple” em 2019, a Blix alegou que tinha uma patente semelhante ao mecanismo. Na época, a Apple removeu o BlueMail de sua loja de aplicativos citando problemas de segurança que a desenvolvedora do app nega.
A Blix abriu um processo contra a Apple, mas um juiz federal rejeitou o caso por falta de evidências de comportamento anticompetitivo. A empresa do BlueMail contratou o advogado Jonathan Kanter como consultor jurídico. Em 2021, Kanter se tornou chefe da divisão antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que conduz uma investigação sobre a Apple.