#AstroMiniBR: a chegada da primavera no hemisfério sul!

O TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem semanalmente, as melhores curiosidades astronômicas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento de uma das ciências mais antigas do mundo, a astronomia. Confira abaixo!

O espalhamento da luz na atmosfera desempenha um papel fundamental na compreensão das cores do céu e explica o interessante “avermelhamento” aparente do Sol durante o entardecer. 

Como aprendemos na ciência básica da escola, a luz do Sol é composta por uma combinação de cores distintas – isto é, uma mistura de comprimentos de onda específicos – e, quando ela atravessa a atmosfera da Terra, as partículas de ar, poeira e moléculas de gases conseguem dispersar essa luz .

No entanto, durante a maior parte do dia, entre as horas compreendidas entre 8h e 16h, o espalhamento é mais eficiente para as cores mais curtas do espectro, como o azul e o violeta, fazendo com que essas cores se espalhem em todas as direções e tornem o céu durante esse período predominantemente azul . Durante o entardecer, contudo, o Sol está mais próximo do horizonte, e sua luz percorre uma trajetória significativamente mais longa através da atmosfera terrestre. 

Nesse momento, a cor azul é ainda mais espalhada, fazendo com que somente as cores vermelha e laranja consigam chegar até nossos olhos. Como resultado, vemos o Sol como uma esfera alaranjada ou avermelhada, e o céu ao redor assume tons quentes. Esse efeito, conhecido como espalhamento Rayleigh, é responsável pelo visual espetacular do entardecer!

No último dia 23, a primavera se iniciou no hemisfério sul! O equinócio de primavera, como este fenômeno é chamado , ocorre quando o Sol cruza o equador celeste, resultando em dias e noites de aproximadamente a mesma duração em todas as partes do mundo. 

Em uma das capitais brasileiras esse fenômeno ganha um aspecto ainda mais especial! No Marco Zero, na cidade de Macapá, capital do Amapá, o evento se desdobra de maneira excepcional para aqueles que se encontram por lá. 

Isso porque este monumento encontra-se em um ponto geográfico especial , localizado exatamente acima da linha do Equador. Neste dia, exatamente no momento do equinócio, um feixe de luz solar incide diretamente sobre sua linha central, iluminando-a com perfeição simétrica. 

O Marco Zero é um relógio solar natural e permite aos seus visitantes testemunharem a precisão da astronomia e a magia da interação entre a Terra e o Sol, mostrando as profundas conexões entre a ciência e a natureza no coração do Amapá!

Não é novidade que a humanidade olha para céu e se deslumbra com seus espetáculos há milênios. Os povos antigos, além de demonstrar um fascínio notável pelos fenômenos astronômicos, usavam de uma observação meticulosa do céu para orientar suas vidas , práticas sociais e rituais religiosos. 

Este fato é evidenciado por diversos registros de civilizações pré-hispânicas na América do Sul e um exemplo impressionante pode ser percebido pela construção conhecida como as 13 Torres de Chankillo, situadas no Peru. Estas torres, construídas pelos povos pré-incas há mais de 2.300 anos, formam um complexo astronômico único. 

Durante o equinócio de primavera, o Sol nasce exatamente entre duas dessas torres, criando um fenômeno espetacular. Isso não era apenas uma curiosidade, mas uma ferramenta precisa de calendário, permitindo que essas antigas civilizações marcassem com precisão o início das estações e coordenasse suas atividades agrícolas e ritualísticas. 

As Torres de Chankillo são um testemunho da habilidade impressionante dos nossos antepassados em observar e compreender os movimentos celestiais e demonstra a importância da astronomia nas culturas antigas!

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