#AstroMiniBR: o que você precisa saber sobre os exoplanetas
Tecmundo
Toda semana, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!
Um exoplaneta, também chamado de planeta extrasolar, é qualquer corpo planetário que esteja fora dos limites do Sistema Solar e que orbitam estrelas de outros sistemas. A existência dos exoplanetas, embora prevista há séculos, só foi confirmada em 1992, com a detecção de três corpos orbitando uma estrela de nêutrons.
O primeiro exoplaneta em torno de uma estrela mais parecida com o Sol, batizado de 51 Pegasi, foi descoberto em 1995. Desde então, até a presente data, mais de 5.000 exoplanetas já foram descobertos e aproximadamente 9.000 objetos aguardam confirmação.
Uma das principais técnicas de detecção de exoplanetas é o método de trânsito (a fotometria de trânsito, em termos específicos). Esse método mede as quedas na luz das estrelas causadas pelos planetas que passam periodicamente entre suas estrelas e a linha de visão do telescópio; um bom exemplo é imaginarmos o decaimento no brilho de uma lâmpada que chega até nos quando uma mariposa voa em sua frente.
As observações de trânsito têm a vantagem de revelar os tamanhos dos planetas, bem como seus períodos orbitais. Além disso, os dados obtidos por meio de análise de velocidade radial (um outro método bastante utilizado) dos exoplanetas podem ser combinados com medições de trânsito para deduzir as massas e as densidades desses planetas, bem como densidades de planetas em trânsito.
Estudos espectroscópicos de trânsito têm sido usados também para identificar gases como vapor de água, hidrogênio, sódio e metano nas atmosferas superiores de alguns planetas gigantes próximos. O primeiro planeta em trânsito detectado foi o HD 209458b no ano de 1999.
Júpiteres quentes são uma classe de exoplanetas gigantes gasosos que apresentam similaridades com Júpiter e que têm períodos orbitais muito curtos, geralmente inferiores a 10 dias. O termo "quente" nessa classificação se refere à proximidade de suas estrelas hospedeiras e as altas temperaturas atmosféricas da superfície.
De acordo com seus tamanhos e massas, tais exoplanetas são, por vezes, chamados também de Saturnos quentes. Planetas extrasolares dessa categoria são os mais fáceis de se detectar através do método de velocidade radial, devido às oscilações que eles induzem no movimento de suas estrelas, caracterizadas por serem relativamente grandes e rápidas em comparação com as de outros tipos conhecidos de planetas. Um dos Júpiteres quentes mais conhecidos é justamente o 51 Pegasi b, descoberto em 1995, com um período orbital de cerca de 4 dias.
Um planeta órfão, ou planeta-errante, é um objeto interestelar de massa planetária que não está gravitacionalmente ligado a nenhuma estrela e ficam vagando no espaço interestelar. Planetas dessa categoria se originam principalmente de sistemas planetários nos quais são formados, de onde são posteriormente ejetados devido à alguma alteração significativa em sua órbita primordial.
Eles também podem se formar por conta própria, fora de um sistema planetário, graças ao colapso gravitacional de uma pequena nuvem de poeira e detritos. Estima-se que só a Via Láctea possa ter de bilhões a trilhões de planetas órfãos, um número que será estimado de forma mais precisa com a próxima geração de telescópios espaciais.
A uma distância de apenas quatro anos-luz daqui, Proxima Centauri b é o nosso exoplaneta vizinho mais próximo. Trata-se de uma Super-Terra que orbita uma estrela similar ao Sol, a Proxima Centauri. Ele tem uma massa levemente parecida à da Terra, cerca de 1,27 vezes maior, e leva apenas 11,2 dias para completar uma órbita ao redor de sua estrela.
Proxima b está na zona habitável de sua estrela, mas encontra chuva de radiação ultravioleta extrema centenas de vezes maior do que a Terra recebe do Sol, o que dificulta e muito a existência da vida tal qual a conhecemos. Além disso, essa radiação gera energia suficiente para varrer os átomos leves de sua atmosfera, como o hidrogênio, e, com o tempo, também os elementos mais pesados, como oxigênio e nitrogênio, elementos considerados fundamentais para formar vida.
Embora esteja na região onde é possível encontrar água na forma líquida, esse aspecto não é conhecido, nem em sua superfície e nem em sua atmosfera. Uma hipotética viagem interplanetária da Terra para lá com a atual tecnologia humana levaria cerca de 80 mil anos.