#AstroMiniBR: veja uma imagem do Sol feita com neutrinos
Tecmundo
Toda semana, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter criado para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas! Veja abaixo os destaques da última semana.
A imagem que você está vendo acima é um registro do Sol tirada, não diretamente, através da Terra! Esse feito impressionante ocorreu em 1998 e foi obtido a partir da “luz de neutrinos” registrada pelo detector Super-Kamiokande, no Japão. Para fazer o registro, foi necessária uma exposição de 503 dias, onde os neutrinos emitidos pelo núcleo solar foram detectados na enorme piscina de água de 50.000 toneladas localizada a 1 km de profundidade do instrumento japonês.
Os neutrinos são partículas elementares da matéria de massa quase zero, que interagem apenas através de forças nucleares fracas e da gravidade. Isso permite que essas partículas façam uma viagem desimpedida através da matéria sólida comum quase à velocidade da luz. Durante uma rara interação entre um neutrino e um elétron na água, o elétron é acelerado a uma velocidade superior à velocidade da luz na água, produzindo um pulso de luz que é conhecido como radiação de Cherenkov. Esses pulsos são detectados por milhares de amplificadores de luz dispostos em toda a superfície da piscina e, um dos resultados dessa detecção, é esta imagem impressionante.
O carnaval acabou, mas o carnaval no Cosmos é eterno (ou quase)! Dentre o grupo de objetos celestes resplandecentes e brilhantes, encontra-se o da imagem acima, a Nebulosa de Trífida, que reúne beleza e caos.
Também conhecida como M20, essa nebulosa é relativamente fácil de ser vista da Terra, pode ser observada com um bom par de binóculos na direção da constelação de Sagitário.
Os processos energéticos de formação de estrelas que está ocorrendo de forma intensa na nebulosa criam não apenas as cores, mas também uma enorme turbulência. O gás vermelho brilhante é resultado da luz estelar de alta energia atingindo o gás molecular da nuvem interestelar, composta essencialmente de hidrogênio. Os filamentos de poeira escura que envolvem a M20 foram criados nas atmosferas de estrelas gigantes frias e nos detritos das explosões de supernovas.
A luz emitida pelas estrelas de M20 leva cerca de 50 anos para atravessá-la por completo e a luz que vemos hoje partiu há cerca de 3.000 anos.
Na Astronomia, mesmo para astrônomos profissionais, é difícil acostumar-se com a vastidão do espaço e a dimensão gigantesca de alguns objetos celestes. Quando se trata de estrelas, é comum que a detentora do recorde de maior estrela da galáxia dure apenas alguns poucos anos no pódio, até que alguma outra ainda maior seja descoberta e tome seu lugar.
Esse foi o caso de VY Canis Majoris, uma estrela hipergigante vermelha localizada na constelação de Cão Maior que já foi considerada a maior estrela encontrada. Seu raio incrivelmente vasto tem aproximadamente 1.420 raios solares e, se você ainda não se convenceu de que isso é absurdamente grande, aqui vão números mais familiares: a circunferência do nosso Sol é de aproximadamente 4,3 milhões de quilômetros, enquanto Canis Majoris é de aproximadamente 3 bilhões de quilômetros!
Localizado a 27.000 anos-luz da Terra, na constelação de Hércules, está localizado este belíssimo aglomerado globular, o M92! Trata-se de uma região quase esférica de estrelas que orbita o núcleo da nossa galáxia como um satélite e que foi descoberto pela primeira vez ainda em 1777. O M92 é um dos aglomerados globulares mais brilhantes da Via Láctea e é visível a olho nu sob boas condições de observação.
O aglomerado é caracterizado por ser muito compacto, contendo cerca de 330.000 estrelas e, como é característico de aglomerados globulares antigos, os elementos químicos predominantes dentro de M92 são hidrogênio e hélio, com apenas pequenos vestígios de outros elementos. Por essa razão, pertence a um grupo denominado pelos astrônomos de aglomerados pobres em metais.
Você está olhando para uma representação confiável do que será o Sol daqui a alguns bilhões de anos: uma nebulosa planetária. Esta belíssima classe de objetos é, na realidade, um dos estágios finais da evolução de estrelas de baixa massa, como nosso Sol. São regiões no espaço compostas essencialmente de gás cósmico e poeira, formadas a partir de estrelas moribundas que ejetam suas camadas mais externas rumo ao espaço interestelar.
Apesar do nome, as nebulosas planetárias não têm nada a ver com planetas, exceto por seu histórico de observação: as primeiras nebulosas planetárias, quando observadas pelos telescópios do passado, apresentavam uma identidade visual muito próxima a de um planeta.