Avatar: Frontiers of Pandora é lindo, mas não sai da superfície - Review
Tecmundo
Quando o primeiro filme da franquia Avatar foi lançado em 2009, não faltavam pessoas encantadas com o mundo apresentado por James Cameron, que realmente parecia ser um sonho de se explorar. É claro que um jogo seria perfeito para isso, mas os títulos lançados na época tinham diversas limitações que os deixavam bem distantes da visão do longa-metragem. Com a chegada de Avatar: Frontiers of Pandora , a ideia é exatamente oferecer a experiência que os fãs sempre quiseram ter na pele de um Na’vi nas florestas abundantes de Pandora.
O game desenvolvido pela Massive Entertainment e publicado pela Ubisoft chegou ao PC, PS5 e Xbox Series neste início de dezembro, deixando muitos jogadores curiosos com seu potencial. Nós tivemos a oportunidade de testá-lo nas últimas semanas e te contamos nossas impressões na análise logo a seguir!
Logo de cara, fica bem difícil de não comparar Frontiers of Pandora com a franquia Far Cry , já que a exploração por florestas, coleta de recursos e muitas cenas de ação geram um resultado bem parecido. A grande diferença, é claro, é que tudo é feito com a temática de Avatar. Essa similaridade pode ser considerada como algo bom ou ruim dependendo do que você acha do popular shooter da Ubisoft.
A exploração é um dos pontos mais positivos de Avatar: Frontiers of Pandora
Da minha perspectiva, essa escolha fez algum sentido, já que o estilo de gameplay combinou bem com o mundo habitado pelos Na’vi. É claro que Avatar: Frontiers of Pandora tem suas características próprias, especialmente em relação à natureza, respeito e vida em comunidade. Esses são todos fatores que você encontrará ao longo do jogo e que se encaixam bem na jogabilidade em si.
O problema é que, assim como essa fórmula traz seus pontos positivos ao game, ela também carrega as partes negativas consigo. Na primeira parte do jogo, isso não é algo tão notável, afinal, você ainda está se acostumando com a trama, os personagens e as mecânicas que o título apresenta aos poucos. O problema começa a ficar evidente depois de algumas horas, já que muitos aspectos se tornam bem repetitivos.
Na maior parte do tempo, o ciclo de gameplay consiste em explorar a floresta, coletar materiais e atacar bases inimigas enquanto se avança na trama dos Na’Vi lutando contra a RDA (a organização que quer usar os seres azuis e seu mundo para benefício próprio). Se não se importa com a repetição e só quer a chance de aproveitar o mundo de Pandora, o game pode ser bem divertido no geral. Só que se não for fã nem da fórmula de Far Cry ou nem da franquia de Cameron, a experiência pode ficar cansativa rapidamente.
Falando na trama de Avatar: Frontiers of Pandora, tenho que mencionar que ela realmente não me chamou muita atenção durante o game. Na maior parte do tempo, eu me via passando pelos diálogos e cenas sem me importar tanto com o que estava acontecendo. Era quase como uma pequena pausa entre as seções de gameplay, que era o que mais me interessava, obviamente.
A integração do modo de vida dos Na'vi no gameplay também é bem interessante
O que pode ajudar a te manter mais imersivo na história contada é que o jogo foi totalmente localizado em português, incluindo a dublagem de todos os personagens. A atuação de todos é boa no geral, mas nada que chame tanta atenção, algo que provavelmente se deve muito mais à escrita do título do que à direção dos atores. De qualquer forma, é sempre bom ver que a Ubisoft continua a entregar seus games adaptados perfeitamente ao público brasileiro.
A duração do game também não é tão diferente de outros jogos da empresa, podendo ser zerado em 20 horas, dependendo do quão focado você for nos objetivos principais e secundários. Apesar de parecer meio curto para os padrões de alguns jogadores, eu considero esse tempo bem adequado, até pela repetição do gameplay que comentei anteriormente.
Um ponto bem positivo é o quão fácil dá para se perder na exploração da floresta nas primeiras horas de jogo. Nestes momentos, você ainda está aprendendo o que pode fazer e a interface mínima do game ajuda simplesmente por não ficar te distraindo toda hora. É claro que você pode mudar isso se quiser mais indicadores do que fazer ou para onde tem que ir, mas eu recomendo a opção mais limpa pela imersão.
Isso se torna ainda melhor quando combinado com a coleta de recursos, que pode ser usada para construir munição, equipamentos melhores ou para o uso de comida e cura de ferimentos. Nesse sentido, Frontiers of Pandora adota bastante as filosofias do seu povo, já que você pode dividir os recursos coletados com outros Na’Vi ou até mesmo oferecer uma oração depois que mata um animal.
Há algumas maneiras diferentes de se locomover em Avatar: Frontiers of Pandora
A parte do combate pode ser realizada com armas tradicionais de humanos, como rifles, ou com algo mais tradicional de sua tribo, como arcos artesanais. Apesar desse aspecto do gameplay não ser super complexo, você pode especializar seu personagem para algo que combine mais com seu estilo de jogo com a árvore de habilidades. Seja para te tornar um caçador, um guerreiro ou um criador melhor, só para citar alguns exemplos.
Provavelmente o que mais vai chamar a atenção de muitos jogadores à primeira vista é o visual do game. Não dá para negar que é tudo muito bonito, especialmente quando você sai do laboratório inicial e chega na selva. Mesmo em um PC mais fraquinho, como é o caso do meu, o game rodou com gráficos bem atraentes, embora alguns problemas de performance e certos bugs tenham aparecido no meio do caminho.
No geral, isso resume bastante da minha experiência com Avatar: Frontiers of Pandora. É um jogo muito bonito e que traz tudo o que conhecemos do mundo criado por James Cameron de forma totalmente interativa, mas cujos tropeços ficam mais evidentes conforme você sai de sua superfície. Eu acredito que ele vale a pena, mas muito mais para aqueles que apreciam os filmes e que gostam do ciclo de gameplay que a Ubisoft tem a oferecer.
Pontos positivos (prós):
Pontos negativos (contras):
Avatar: Frontiers of Pandora foi cedido para Ubisoft para review no PC, onde o game já está disponível na assinatura Ubisoft+. O game também está disponível no PS5 e Xbox Series S e X.