Conheça as inovações da Formula 1 que transformaram os carros comuns

A Formula 1 é um dos esportes automobilísticos mais acompanhados no mundo, e se você foi criança nos anos 1990, vai se lembrar que no Brasil foi quase tão popular quanto o futebol.

Além de entretenimento de domingo, a Formula 1 trouxe diversas contribuições para as ruas e estradas com tecnologias que foram criadas para o esporte e depois foram transformadas em melhorias para os carros comuns.

O espanhol Carlos Sainz dirige a Ferrari SF-23 durante treino na pista do Circuito Internacional do Bahrein

Desde os primeiros carros movidos com motor a vapor, o interesse pela melhoria das máquinas trouxe diversas oportunidades de pesquisa, sendo que as competições automobilísticas são um excelente berço para testes de funcionalidade e otimização.

Esses esportes investem muito dinheiro em ciência e tecnologia, sempre em busca de melhores resultados, coroando as equipes e pilotos que se destacarem durante a temporada. 

Mas todo esse investimento, colocado em provas duríssimas, se reverte em tecnologia que pode ser utilizada no dia a dia em veículos mais básicos ou superluxuosos que você vê circulando pela rua.

Veja abaixo algumas dessas inovações que surgiram primeiro na Formula 1. 

Os primeiros a receber as inovações geralmente são os superesportivos, mas carros comuns também se beneficiam.

Já imaginou poder trocar de marcha em um paddle shift ao invés de precisar tirar as mãos do volante? 

Atualmente com os carros automáticos talvez as pessoas não sejam mais tão apegadas a essa possibilidade, mas a famosa "marcha borboleta" foi desenvolvida para otimizar a pilotagem do carro, aumentando a velocidade da troca de marchas, além de poupar espaço no cockpit.

O primeiro exemplar da tecnologia foi projetado por John Barnard e aplicado na Formula 1 em 1989, pela Scuderia Ferrari. Fora das pistas, a Ferrari F355 fez a estreia do paddle shift nas ruas, em 1997. 

As alavancas ficam atrás do volante e otimizam a troca de marchas.

Você pode até pensar que os botões, presentes nos volantes de modelos mais novos surgiram graças a era digital. Mas essa funcionalidade já existe nos carros de Formula 1 desde 1970.

Alguns sites especializados estimam que ao todo existam entre 20 e 25 botões nos volantes de carros de corrida, sendo que o mais famoso é o "botão de ultrapassagem". 

Esse botão libera energia extra para o motor, dando mais potência e auxiliando na manobra de ultrapassagem. 

Por enquanto, nos carros comuns, podemos controlar volume, escolher músicas, ativar e desativar alguns sistemas como setas e limpadores de para-brisa, além, é claro, de um botão muito utilizado por apressadinhos e estressados: a buzina.

Os botões facilitam a ativação de funções básicas.

Chassis leves e resistentes fazem toda diferença para uma melhor aerodinâmica, economia de combustível e melhor performance.

Por isso, os carros de corrida estão equipados com chassis de fibra de carbono. Resistentes e leves, promovem excelentes resultados nas pistas. 

Atualmente apenas carros de luxo utilizam a tecnologia, pois a fabricação desses componentes são caros e dificultam a fabricação em massa. 

O primeiro chassi feito de fibra de carbono foi utilizado na MacLaren MP4/1 em 1981.

Leves e resistentes, os chassis de fibra de carbono já são utilizados em superesportivos.

É muito provável que o motor que seu carro utiliza tenha sido lançado em uma corrida na França, em 1912.

O primeiro motor com duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC) foi lançado pela Renault, e esse tipo de motor é muito eficiente.

Mas como a tecnologia não para de crescer e se renovar, as equipes têm testado motores que utilizam conceitos eletromagnéticos e eletro hidráulicos para otimizar a relação entre as válvulas e pistões. 

Um grande avanço em eficiência para os motores.

Outra invenção que começou na Formula 1 foram os KERS, que é um sistema de recuperação de energia, que inicialmente recuperava e armazenava somente a energia produzida pelas frenagens. 

Desde 2014 todos os carros possuem sistema híbrido com dois sistemas de recuperação de energia, o MGU-K  e MGU-H, sendo que o primeiro recupera e armazena energia cinética, e o segundo, energia gerada pelo calor.

Esses são apenas alguns exemplos das tecnologias produzidas nas pistas que fazem parte do nosso cotidiano. 

Outras inovações como freios melhores, cálculos aerodinâmicos, uso de aerofólios, sensores internos e de calor, velocímetros, entre outras tecnologias, também tiveram sua estreia nas pistas de corridas para depois equipar os carros nas ruas e estradas mundo afora. 

Veremos quais serão as novidades que a temporada 2023 nos trará. No Brasil, a transmissão da corrida e dos treinos será realizada pela TV Band.