Curativo elétrico sem fio acelera cicatrização de feridas crônicas
Tecmundo
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, decidiu se debruçar sobre um problema que aflige milhões de pessoas no mundo: as feridas crônicas, uma preocupação médica pouco reconhecida que lida com o retardamento da cura em pacientes com infecções, diabetes, sistemas imunológicos enfraquecidos, entre outras condições.
Para acelerar a cicatrização dessas feridas, cujo custo do tratamento supera os US$ 25 bilhões somente nos Estados Unidos, os pesquisadores desenvolveram um curativo inteligente composto de um sistema bioeletrônico flexível e sem fio – como um vestível – com sensores de controle retroalimentado e circuitos de estimulação, conjugados com eletrodos de hidrogel de interface com a pele humana.
Fonte: Jiang et al./Divulgação.
O princípio do novo tratamento é: “ao fechar a ferida, o curativo inteligente protege enquanto cicatriza”, explica ao EurekAlert o pós-doutorando da Faculdade de Engenharia de Stanford, Yuanwen Jiang, também coautor do estudo.
Não se trata, portanto, de uma ferramenta passiva. "É um dispositivo de cura ativo que pode transformar o padrão de atendimento no tratamento de feridas crônicas”, diz o químico. O curativo inteligente detecta a condutividade e as mudanças de temperatura na pele à medida que a ferida cicatriza (a impedância aumenta e a temperatura local diminui).
Segundo os autores, a “mágica” acontece porque a estimulação elétrica ativa o gene anti-inflamatório Selenop e o Apoe, que aumenta o crescimento muscular e dos tecidos moles. Em modelos de feridas pré-clínicas em ratos, o grupo de tratamento cicatrizou cerca de 25% mais rapidamente e com melhoria de 50% na remodelação dérmica quando comparado ao grupo controle.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature Biotechnology .