Estudo diz que carros elétricos melhoraram qualidade do ar em San Francisco
Tecmundo
Um dos principais argumentos a favor de carros elétricos envolve a menor emissão de quantidade de substâncias nocivas ao meio-ambiente. Até agora, o impacto prático desse efeito não era conhecido, mas uma nova pesquisa parece apontar para um futuro positivo.
Um estudo realizado por uma equipe de cientistas da Universidade de Berkeley, na Califórnia, aponta para uma queda contínua nas emissões de dióxido de carbono na região da Baía de San Francisco. Entre 2018 e 2022, ela caiu 1,8% anualmente, com a adoção massiva de carros elétricos na região sendo apontada como uma das principais responsável pelo índice.
Isso porque, segundo o levantamento, a emissão direta de poluentes por veículos caiu 2,6% ao ano. A região de cidades como San Jose e San Francisco é bastante indicada para um estudo do tipo, já que quase 40% dos registros de novos automóveis em 2023 na região foi de veículos elétricos.
Meta sustentável ainda está longe
A pesquisa foi realizada graças a 50 sensores instalados na região para medir a poluição do ar. Os equipamentos são capazes até de separar as substâncias danosas mais presentes e, com isso, encontrar também quais são as fontes de emissões.
Dessa forma, os cientistas conseguiram isolar os níveis de emissão de refinarias, residências (em especial por sistemas de aquecimento), indústrias e veículos.
Para além da adoção de carros totalmente elétricos, a maior venda de veículos híbridos e uma adoção de sistemas de consumo de combustíveis fósseis menos prejudiciais por carros convencionais também são tidos pela equipe como motivos da queda.
Por outro lado, o estudo mostra também que a taxa de redução nas emissões ainda é insuficiente para que a região siga a meta de todo o estado da Califórnia, que é chegar ao zero nesses poluentes até 2045. Segundo os pesquisadores, para que o objetivo seja conquistado de forma "suave", a queda anual deveria ser de 3,7% ao ano.
Além disso, a própria poluição causada pelos carros elétricos deve ser levada em conta, em especial no processo de extração, fabricação e descarte das baterias desses carros .
O professor Ronald Cohen, especialista em Química e responsável pelos sensores, vê com otimismo a queda nos poluentes e comemora os índices atuais, já que o início da redução era visto como o período mais complicado.
Ele ainda indica que satélites poderão fazer o trabalho dos sensores no futuro de uma forma ainda mais precisa e completa, mas esse tipo de tecnologia está distante de sair do papel.