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Indiana Jones 5 diverte pela nostalgia, mas agora já chega
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Indiana Jones 5 diverte pela nostalgia, mas agora já chega

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Tecmundo
27/06/2023 19h00
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Harrison Ford já tinha uma legião de fãs quando interpretou Han Solo pela primeira vez em Uma Nova Esperança, de 1977. Mas foi com Indiana Jones e os Caçadores da Arca perdida que o ator foi elevado à máxima potência como uma estrela incontestável de Hollywood.

De 1981 para cá, a franquia do famoso arqueólogo passou por poucas e boas - incluindo uma errônea tentativa com o Reino da Caveira de Cristal. Agora, a saga tenta ganhar forças novamente e dar um basta nas aventuras surreais de Indy com A Relíquia do Destino.

Indiana Jones sempre foi uma franquia simples de entender. Um arqueólogo renomado parte em busca de uma antiguidade inestimável para colocar no museu antes que forças malignas a utilizem com uma proposta nefasta. 

Em A Relíquia do Destino as coisas acontecem de forma muito similar. Após receber a visita de sua afilhada distante, o professor Henry Jones Jr precisa voltar a ativa e impedir que um artefato milenar caia nas mãos de um pesquisador nazista.

A grande questão da história é que em 2023 não havia necessidade alguma de tirar o personagem da prateleira da Disney e forçar uma nova narrativa após o último filme ter lidado relativamente bem com uma suposta aposentadoria de Indy, em 2008. Depois que os créditos rolam, é perceptível que este projeto é só mais uma nova tentativa da companhia em atrair fãs por conta da nostalgia, do que tentar criar um enredo diferente ou uma história que cativasse mais.

É claro que mudar essa receita de bolo da franquia a essa altura do campeonato talvez não fosse interessante. O público que pretende assistir a Indiana Jones 5 certamente é o espectador que acompanhou a saga durante anos, ou cresceu assistindo às aventuras do arqueólogo. Esse longa não foi criado para uma nova geração, mas sim, para a antiga geração.

E olhando dessa forma, A Relíquia do Destino consegue funcionar e agrada com toda a mitologia da saga, o charme de Harrison Ford e algumas adições importantes no elenco, como o carisma impar de Phoebe Waller-Bridge. No entanto, ainda se faz como uma sequência super desnecessária.

Porém, talvez essa nova entrada na franquia até tenha um ponto de validade a ser comentado. O filme dá todos os indicativos que finalmente o Dr. Henry Jones Jr encerrou suas aventuras em busca de relíquias. Embora o longa até dê uma pontinha de esperança que talvez Indy retorne em algum momento, isso não parece possível, já que Harrison Ford já é um senhor de 80 anos de idade. 

Isso torna Indiana Jones 5 muito divertido de acompanhar, pois funciona como uma metalinguagem sobre a relação de Ford com Hollywood. Já faz um bom tempo que o ator parece querer se aposentar dos trabalhos cinematográficos, mas a indústria sempre dá um jeito de trazê-lo de volta - mesmo que ele negue.

Indiana 5 é o paralelo perfeito entre o personagem que já está de saco cheio de tudo, mas não abre mão de uma nova aventura. Mesmo que seja carrancudo e sem paciência, é só usar as palavras certos para chamar a atenção dele e conseguir um papo legal. Harrison e Henry são basicamente o mesmo ser em 2023, e isso é a tônica do novo filme.

Como não podia faltar, a Relíquia do Destino é recheada de ótimas cenas de ação em diversos locais pelo mundo, sempre com Indy no centro das atenções. No entanto, por já ser um idoso e haver toda a discussão entre realidade e ficção, as cenas mais intensas ocorrem com uma versão jovem do personagem.

A Disney utilizou uma técnica de rejuvenescimento em Harrison Ford para que o autor pudesse retornar aos dias de glória durante a Segunda Guerra Mundial. O resultado é impressionante, e mal dá para perceber que é uma Inteligência Artificial usada para mudar o rosto de Ford. Mas é preciso citar uma boa malandragem da Disney aqui, uma vez que todas as cenas foram filmadas a noite, fazendo com que houvesse menos luz no rosto do ator, e escondendo as imperfeições.

James Mangold, de Logan e Ford vs Ferrari comandou Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Embora Spielberg fosse o nome correto para essa missão, Mangold se sai bem ao dirigir mais um blockbuster em sua carreira. O diretor não deixa nenhuma assinatura marcante no longa, mas faz um trabalho bem feito. O mesmo pode ser dito do roteiro de Jez e John-Henry Butterworth e David Koepp.

Harrison Ford parece muito a vontade neste último filme, mas mostra que toda jornada precisa de um fim. O destaque é a afilhada Helena Shaw, vivida perfeitamente por Phoebe Waller-Bridge. A atriz, responsável pelo excelente Fleabag , precisa se conter nesse papel mais “sério”, mas sempre que tem a oportunidade de se soltar é algo muito bom de ser ver.

Mads Mikkelsen vive o vilão nazista, Dr. Voller, e sinceramente esse é um dos papéis mais neutros da carreira do excelente ator dinamarquês. O mesmo pode ser dito de Boyd Holbrook, que mais uma vez faz o antagonista coadjuvante mais meia boca possível, e sem o carisma que apresentou em Logan.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino é um filme divertido, embora seja mais de mesmo - e tudo bem - consegue entreter os fãs de longa data da franquia sem fazer esforço. O filme se consagra como a última grande aventura do lendário Indiana Jones, com um final que encerra ciclos de maneira razoável, mas que poderia ter sido melhor construído.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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