Mulheres que congelam óvulos aos 40 anos têm menores chances de engravidar

Um estudo publicado no mês passado na revista Archives of Gynecology and Obstetrics revelou dados importantes para mulheres que pretendem conservar seus óvulos para engravidar mais tarde. De acordo com os pesquisadores, essas candidatas a mães devem ser incentivadas a se submeter à criopreservação eletiva de oócitos (congelamento de óvulos) antes dos 36 anos de idade.

Diferentemente das pesquisas anteriores que fixavam a idade máxima para congelamento dos gametas femininos com base no número de óvulos congelados com sucesso, o novo estudo avaliou, especificamente, o que acontece quando as mulheres tentam usar o seu material genético criopreservado para engravidar.

O objetivo foi avaliar a relação entre a produção de oócitos com alguns marcadores clínicos, bioquimicos e radiológicos, entre eles idade e IMC. A coorte retrospectiva incluiu todas as mulheres que procuraram o Centro de Saúde Reprodutiva e Genética (CRGH) em Londres, no Reino Unido, para EOC durante um período de dez anos entre 2008 e 2018.  

Fonte: Imperial College London/Reprodução.

A população das mulheres analisadas pelo atual estudo foi de 373. Os resultados mostraram que não houve nenhum nascido vivo em mulheres que foram submetidas ao congelamento de óvulos após os 40 anos de idade. Quanto às mulheres que congelaram seus óvulos entre 36 e 39 anos, essa faixa etária representou 82% de todos os nascidos vivos.

Apesar de o estudo ter sido realizado em um único centro de fertilização in vitro com experiência na técnica de criopreservação eletiva de oócitos (EOC na sigla em inglês), a supervisora da pesquisa, Jara Ben Nagi afirma que "as mulheres devem ser aconselhadas sobre os resultados ruins quando investem no congelamento de óvulos acima dos 40 anos.”

A conclusão foi de que marcadores clínicos, bioquímicos e radiológicas podem, sim, predizer a produção de oócitos em ciclos de EOC. Assim sendo, o sucesso reprodutivo é maior quando a criopreservação é feita antes de 36 anos, ao passo que as menores taxas de sucesso de nascidos vivos foram observadas em oócitos coletados de mulheres com 40 anos de idade ou acima. 

ARTIGO - Archives of Gynecology and Obstetrics - DOI: 10.1007/s00404-022-06711-0 .