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O que a internacionalização de empresas tem a dizer sobre o mercado brasileiro de tecnologia
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O que a internacionalização de empresas tem a dizer sobre o mercado brasileiro de tecnologia

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Tecmundo
15/02/2024 20h12
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*Por Getúlio Santos

Nos últimos anos, especialmente tendo em vista o dia a dia como empreendedor de startup - presente em 21 países - tive o privilégio de me deparar com realidades Brasil afora que me fizeram refletir sobre algo que me deixa orgulhoso como profissional brasileiro.

Além disso, pelo fato de já ter participado de um processo de aquisição do negócio por uma empresa estrangeira, pude chegar à seguinte conclusão: a nível tecnológico, as companhias do país estão muito à frente das de nossos vizinhos. Em se tratando de América Latina, nosso país segue no topo do pódio, sem dúvida!

Inclusive, um dado que corrobora com a minha afirmação é o do Índice Global de Inovação (IGI), que, no ano passado, revelou que o Brasil está entre os 50 países mais inovadores do globo (49ª posição), configurando ainda no 1º lugar entre os da América Latina e do Caribe.

E digo mais: as empresas brasileiras de tecnologia já nascem privilegiadas. Temos um mercado grande - haja vista o número de startups existentes no país, que ultrapassam as 13 mil ativas, o equivalente a 62,9% do total existente na LATAM (Relatório Panorama Tech na América Latina 2023, da Distrito) -, que é protegido por uma barreira idiomática e por hábitos diferentes de outros países, o que nos dá uma certa vantagem competitiva.Mas, embora tenhamos várias cases de sucesso por aqui, o sistema tributário do Brasil é feroz com as empresas nacionais. A Colômbia, por exemplo, zerou os impostos das empresas de tecnologia, o que explica, em parte, o fenômeno do surgimento de várias empresas tech por lá.

 Toda essa conjuntura, atrelada especialmente ao empreendedorismo naturalmente entranhado em todo brasileiro, acaba refletindo, uma hora ou outra, na expansão de empresas nacionais para o exterior. Acredito que isso ocorre especialmente porque muitas enxergam a oportunidade de melhorar e desenvolver, sim, diferentes mercados, quem sabe até se apoderando de fatias consideráveis diante de marcas locais.

O processo de internacionalização das companhias nacionais mostra que o empreendedor brasileiro está cada vez mais preparado para enfrentar os desafios do mercado global. Isso se deve a uma série de fatores, como o aumento do investimento em treinamento e desenvolvimento dos colaboradores, o que torna as empresas mais competitivas em um cenário globalizado.

Além disso, as empresas brasileiras estão se modernizando e investindo em tecnologias de ponta, o que lhes permite oferecer produtos e serviços de alta qualidade para diferentes e exigentes mercados.

 Importante dizer ainda que as nacionais não precisam nascer prontas para competir num cenário global, pois se encontrarem o próprio “product market fit” no Brasil, elas já têm um passaporte para o sucesso "quase garantido".

Em contrapartida, as empresas dos demais países da América Latina precisam nascer “no dia 0”, competindo com companhias globais, inclusive com as brasileiras, que, quando optam em sair do Brasil, já possuem envergadura suficiente, ou seja, já passaram da zona de arrebentação.

Sobre o autor

Getúlio Santos  é fundador e CEO da ZapSign, startup que possui plataforma com mais de 1 milhão de usuários e que permite que empresas enviem documentos para serem assinados por meio de aplicativos de mensagens, como WhatsApp, e-mail ou qualquer outro canal de comunicação. Com quase 20 anos de experiência em advocacia, sendo especialista em Propriedade Intelectual, Capital Estrangeiro, Direito Societário e Desenvolvimento de Negócios, Santos também foi cofundador da Fill the Blank, Investstartup e da ferramenta Help Aéreo, entre outros.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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