Rainha das criptomoedas: conheça a história da golpista
Tecmundo
A búlgara Ruja Ignatova, conhecida como rainha das criptomoedas , estampou as páginas de jornais mundialmente em 2022: ela está entre os dez criminosos mais procurados do FBI . De acordo com as autoridades, a golpista foi responsável por fraudar milhões de vítimas em mais de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 20,8 bilhões na cotação atual), em um esquema de pirâmide envolvendo ativos digitais.
Segundo informações do jornal alemão Bild, a mulher, de 42 anos, pode estar escondida em um iate de luxo no Mar Mediterrâneo. Contudo, Ignatova está desaparecida desde 2017, quando o Departamento de Segurança dos Estados Unidos descobriu as operações ilegais da golpista e expediu um mandado de prisão contra ela.
Após o sucesso da criptomoedas, as autoridades realizaram analises nas contas da companhia da criminosa e descobriram que ela estava fazendo lavagem de dinheiro. Até o momento, os dados sugerem que mais de três milhões de pessoas foram enganadas.
A história da criminosa búlgara começou em 2014, quando ela criou um suposto investimento que usava as mecânicas de uma pirâmide financeira, mas se "fantasiava" de criptomoeda. Nomeada de OneCoin, a suposta criptomoeda não estava na blockchain e não usava nenhuma tecnologia semelhante a outras criptomoedas.
Segundo Ignatova, o novo token aumentaria os rendimentos dos investidores e "assassinaria o Bitcoin ", contudo, a OneCoin não tinha nenhum valor real. O projeto também oferecia comissões aos investidores que conseguissem fazer mais pessoas comprarem a suposta criptomoeda.
Segundo informações da BBC, Ruja realizou diversas cirurgias plásticas para mudar sua aparência.
O caso se tornou um problema até em Uganda, na África, onde milhares de pessoas investiram suas economias e acabaram perdendo tudo pouco tempo depois. O ugandense Daniel Lienhardt foi uma das vítimas do golpe e perdeu cerca de US$ 250 com o dinheiro da venda três cabras — ou seja, ela não apenas tirou o dinheiro de investidores, Ruja roubou economias de muitas pessoas pobres que tinham esperança de aumentar seus rendimentos.
"Alguns têm filhos que não vão mais à escola, que sequer têm onde dormir, que estão fugindo porque tomaram empréstimo no banco. Eu, de certa forma, também estou me escondendo. Não quero que as pessoas para quem eu apresentei a OneCoin me vejam. Elas acham que fiquei com o dinheiro delas, e podem me matar", disse Prudence, uma amiga de Daniel.
De acordo com a BBC, a investidora Jen McAdam aportou € 250 mil e perdeu todo o dinheiro alguns meses depois. No início, ela firma que estava feliz com a oportunidade de investimento, contudo, aos poucos, percebeu que se tratava de um golpe.
Após as autoridades dos Estados Unidos descobrirem o golpe bilionário, o Tribunal Distrital de Nova York expediu um mandado de prisão contra a búlgara no país. Contudo, ela também é procurada pela Interpol em 194 países, além de ser uma das dez maiores fugitivas procuradas pelo FBI — a agência oferece recompensa de US$ 100 mil por informações que ajudem a prender Ruja.
"Este é provavelmente a maior novidade no caso desde que Ruja desapareceu em outubro de 2017. Também acreditamos que ela tem documentos de identidade falsos de alta qualidade e mudou sua aparência", disse o jornalista da BBC Jamie Bartlett, que fez um podcast focado na história da criminosa.
As informações sugerem que criminosa pintou os cabelos de loiro, fez plásticas no nariz, mandíbula, bochechas e lábios.
O jornalista da BBC investiga o caso há alguns anos e explica que ela conseguiu desaparecer com, pelo menos, US$ 500 milhões. Assim, ela usou o dinheiro para mudar sua aparência e adquirir documentos falsos de alta qualidade.
Ruja foi vista pela última vez em um voo da Bulgária para a Grécia, em 2017. Desde então, não existem mais rastros sobre o seu paradeiro — inclusive, Bartlett não descarta a possibilidade da criminosa já ter falecido.
As últimas informações especulativas sobre a rainha das criptomoedas apontam que ela teria mudado a cor do cabelo e feito diversas plásticas para maquiar sua aparência. Ela também teria usado um iate de luxo para se esconder no Mar Mediterrâneo e ficar fora do alcance das autoridades.