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Tragédia nuclear de Hiroshima pode revelar mistérios da formação do Sistema Solar
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Tragédia nuclear de Hiroshima pode revelar mistérios da formação do Sistema Solar

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Tecmundo
29/02/2024 20h00
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Em agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas na cidade de Hiroshima, no Japão; a tragédia devastou a região e matou mais de 140 mil pessoas. Conforme explica um estudo publicado na revista científica Earth and Planetary Science Letters, um grupo de cientistas aponta que a explosão das bombas pode ajudar a solucionar mistérios sobre a formação do Sistema Solar.

Os pesquisadores coletaram amostras de detritos causados pela reação nuclear das bombas, que criaram um tipo de esferas de vidro; eles as encontraram espalhadas pela praia de Motoujina. A análise sugere que as pequenas bolas de vidro foram formadas por um processo de condensação dentro da explosão.

O interessante dessa descoberta é que o astroquímico da Universidade Paris Cité, Nathan Asset, afirma que a formação de meteoritos primitivos possui um processo semelhantemente. 

A imagem apresenta as amostras de vidro produzidas pela explosão nuclear em Hiroshima.A imagem apresenta as amostras de vidro produzidas pela explosão nuclear em Hiroshima.

Nomeados de condrito, esse tipo de meteorito se desenvolveu no Sistema Solar por meio de poeira cósmica e gás nebular. A pesquisa indica que a formação de vidros é análoga aos objetos cósmicos de uma época primitiva do nosso sistema estelar.

“Reações químicas durante a condensação dos vidros de Hiroshima são provavelmente a fonte para a fracionamento independente de massa do oxigênio. A formação dos vidros de Hiroshima por condensação sugere que eles possam ser um análogo aos primeiros condensados no sistema solar: inclusões ricas em cálcio e alumínio (CAIs), encontradas em condritos. Os vidros de Hiroshima apresentam semelhanças com CAIs em suas composições químicas e isotópicas (Si e O)”, é descrito no artigo.

Para entender como as amostras foram criadas, os pesquisadores realizaram simulações reconstruindo as condições das explosões de Hiroshima. Assim, ao estudar 94 detritos das bombas nucleares, eles encontraram quatro tipos de vidros: melilíticos, anortosíticos, cal sodada e sílica.

As esferas são semelhantes a outros pequenos pedaços de vidro comuns , mas uma análise mais aprofundada destacou que os isótopos de oxigênio e silício eram diferentes do que é esperado normalmente.

É importante destacar que uma explosão nuclear e a formação de objetos cósmicos ocorrem com dinâmicas diferentes, mas o estudo propõe que entender o processo de transição de gás para sólido pode ajudar a descobrir alguns mistérios sobre o início do Sistema Solar.

“Essas composições isotópicas são entendidas como sendo resultado de sua formação por condensação na nuvem nuclear de Hiroshima em altas temperaturas. Os vidros de Hiroshima fornecem uma melhor compreensão dos processos que ocorreram durante a explosão de Hiroshima e suas consequências. Seu modo de formação e seus isotópicos”, o artigo conclui.

Gostou do conteúdo? Então, fique por dentro dos últimos estudos astronômicos aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para descobrir por que o Brasil não pode ter armas nucleares.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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