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Um continente pode desaparecer? A ciência responde!
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Tecmundo
22/02/2024 22h00
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Ao visualizar o mapa do planeta Terra, você deve imaginar que está observando todas as regiões da Terra, mas isso não é bem verdade. A realidade é que desde o surgimento do corpo celeste, sua estrutura mudou significativamente ao longo de milhões de anos.

Em 2017, um grupo de geologistas revelou a descoberta de Zelândia , um continente perdido com 4,9 milhões de quilômetros quadrados, aproximadamente seis vezes o tamanho de Madagascar. A descoberta não se refere a Nova Zelândia, mas de uma terra que estava 'desaparecida' devido a estar submersa no Oceano Pacífico — apesar disso, ela está localizada ao redor da Nova Zelândia.

A Zelândia não é o único continente que já esteve desaparecido na Terra, os geologistas apontam que algumas regiões do mundo também estão submersas e pouco sabemos a respeito delas. E quando é citado que eles ‘despareceram’, não é completamente literal, mas que a humanidade não sabe exatamente onde eles estão localizados.

"É bastante difícil fazer descobertas quando tudo está a 2 quilômetros debaixo da água, e as camadas que precisamos de amostras também estão a 500 m (aprox. 1.640 pés) abaixo do fundo do mar. É realmente desafiador sair e explorar um continente assim. Portanto, requer apenas muito tempo, dinheiro e esforço para sair em navios e mapear regiões", disse o professor de geofísica e tectônica, Rupert Sutherland, associado da Universidade Victoria de Wellington, na Nova Zelândia.

Para você compreender como um continente pode desaparecer, o TecMundo reuniu informações de geólogos, especialistas da área e outros cientistas. Confira! 

Os pesquisadores explicam que a maioria das pessoas pensa nos continentes pelo seu formato geográfico, contudo, alguns deles são muito mais do que apenas o formato apresentado no mapa mundi. Na verdade, a geologia desempenha um papel ainda mais importante na explicação de um continente ; ou seja, eles também incluem as rochas que estão abaixo do nível do mar.

O 'desaparecimento' de algumas dessas regiões pode ser explicado pela maneira como a crosta continental passa por grandes mudanças ao longo de milhares de anos, assim, elas acabam submergindo — em outras palavras, essas regiões 'afundam' abaixo dos oceanos devido aos movimentos das placas tectônicas.

Apesar de Grande Adria e Argolândia serem considerados continentes perdidos, alguns cientistas discordam. Eles argumentam que essas regiões se fragmentaram antes de serem submersas.Apesar de Grande Adria e Argolândia serem considerados continentes perdidos, alguns cientistas discordam. Eles argumentam que essas regiões se fragmentaram antes de serem submersas.

Portanto, elas não desaparecem, mas acabam sendo 'puxadas' para o fundo do mar e não são mais tão facilmente encontradas pela ciência, como Zelândia.

Felizmente, os avanços tecnológicos vêm possibilitando que os geólogos utilizem modelos computacionais para coletar mais informações e fornecer o mapeamento dessas regiões perdidas. Atualmente, a Zelândia é o continente perdido mais bem mapeado, mas está longe de ser o único deles.

A Zelândia é o continente perdido com o melhor mapeamento até o momento. Conforme explica o geólogo que liderou a pesquisa sobre a região, Nick Mortimer, após anos de estudos, os cientistas da investigação começaram a perceber que as rochas abaixo do nível do mar fazem parte de uma grande estrutura terrestre.

“O mapeamento é uma conquista da qual nos orgulhamos. Mas é apenas o começo da compreensão. As questões mais interessantes na ciência são quando, como e por quê. Esses são os que serão abordados a seguir”, disse Mortimer, após pesquisar a Zelândia por mais de 30 anos.

A Grande Adria fez parte de uma região no norte da África que se separou há aproximadamente 240 milhões de anos, durante o período Triássico — ela fazia parte do supercontinente Gondwana. Por muito tempo, o continente perdido ficou abaixo dos mares tropicais, até começar a deslizar sob a Europa e entrar no manto do planeta.

A ilustração apresenta como era o continente Grande Adria há 140 milhões de anos.A ilustração apresenta como era o continente Grande Adria há 140 milhões de anos.

Após extensas pesquisas, os geólogos encontraram amostras de rochas que pertenciam a Grande Adria e assim, conseguiram mapear parte dessa região. Algumas partes do antigo continente estão a até 1,5 mil quilômetros de profundidade.

Formado há cerca de 155 milhões de anos, o continente Argolândia se separou da região oeste onde é a atual Austrália — o pedaço de Terra tinha 5 mil quilômetros de extensão e também fazia parte de Gondwana. 

Os pesquisadores encontraram evidências da sua existência a partir de amostras de fósseis, rochas e cadeias de montanhas. Também foram encontrados vestígios na Planície Abissal de Argo, nas profundezas do oceano localizado na costa noroeste da Austrália.

Gostou do conteúdo? Então, fique sempre atualizado com mais curiosidades sobre continentes e supercontinentes aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para entender como pesquisadores criaram um mapa definitivo das placas tectônicas da Terra.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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