Manoel Soares defende que negros ganhem mais que brancos: "Dividir o privilégio"
Anamaria
Manoel Soares causou polêmica durante sua participação no podcast 'Inteligência Limitada', no YouTube. Isso porque, durante o bate-papo com Rogério Vilela sobre equiparação salarial, o apresentador defendeu que pessoas negras recebam mais que brancos.
O motivo para isso é a reparação histórica: "O salário que você ganha [sendo negro] não é só seu. Se trabalho na Globo, ganho cachê de R$ 20 mil no comercial que fiz, mas tem uma tia minha cujo filho, meu primo, está preso, eu tenho que ajudar. E meu primo está preso por quê?", iniciou a reflexão.
"Porque o cenário social condicionou essa situação. Se aquele negão ganha o mesmo salário que você, com todas as fragilidades estruturais nas quais o povo preto foi colocado, esse salário na vida dele vale 60% a menos. Então, pela lógica, ele tinha que ganhar três vezes o que você ganha", continuou Manoel.
O ex-Globo ainda avaliou sobre o papel de pessoas brancas na luta por equiparação salarial. Para ele, muitos se consideram aliados ao movimento negro, mas não apoiam movimentos do tipo: "Ninguém quer dividir o privilégio. E dividir o privilégio é dividir o dinheiro".
Manoel acredita que os brancos do mundo moderno não têm culpa pelos erros cometidos no passado, no entanto, são privilegiados e têm responsabilidade em tentar o mudar o parâmetro atual. "O que eles fizeram te colocou onde você está, e eu sou prejudicado pelo que seus ancestrais fizeram. Seu filho, com seis anos, tem um universo de perspectiva na vida que o meu não tem".
RELAÇÃO CONTURBADA
Manoel Soares, após seu recente desligamento da TV Globo, decidiu esclarecer os rumores que circularam sobre sua saída da emissora e desmentiu especulações sobre sua relação com a apresentadora Patrícia Poeta. Em uma entrevista ao programa 'Fofocalizando', do SBT, o apresentador desabafou sobre sua demissão e afirmou não acreditar que sua saída da Globo tenha relação com a suposta insatisfação da comandante do ‘Encontro’.
Manoel Soares afirmou que em um ambiente de trabalho tão dinâmico, é comum que nem sempre seja possível expressar todas as opiniões e que isso não deve ser interpretado como uma relação conturbada entre colegas. Ele enfatizou: "Qualquer pessoa que atua diariamente, cinco vezes por semana, nem sempre vai falar tudo o que quer falar. Não existe nenhuma relação de mágoa, eu não estou falando isso como nobreza. Se tivesse, eu diria." Veja mais aqui.