Manoel Soares revela que a mãe foi escravizada nos anos 60: “Foi vendida e comprada”
Anamaria
O apresentador Manoel Soares chocou ao revelar o passado de sua mãe durante sua entrevista ao 'Quem Pode, Pod'. Ele contou que a mãe foi escravizada ao ser vendida e comprada durante a década de 60.
“A minha mãe é especial não por ser minha mãe, mas porque é a única pessoa que conheço que viveu a escravização e o Facebook na mesma vida. A gente está falando de uma mulher que foi vendida e comprada no Recôncavo Baiano na década de 1960. Imagina que minha mãe foi vendida. E ela viveu essa escravização”, relembrou na conversa com Fê Paes Leme e Gio Ewbank.
Segundo ele, uma das marcas deixadas na escravidão pode ser vista até hoje. Isso porque Dona Ivanete teve uma de suas orelhas cortadas por seus “donos”: “Ela tem um monte de traços de uma vida que a gente acha que é [pesado]… E ao mesmo tempo ela está bombando no Face e no Instagram”, reflete.
Além de ter sofrido com escravidão e mutilação, a mãe do apresentador também foi exposta a violência sexual e verbal. Em uma das histórias contadas, Manoel relembrou ter visto a mãe ser encoxada pelo patrão.
“Me lembro da minha mãe chegando em casa chorando porque a mulher deu um monte de escolhas de escovas usadas e disse: 'é só você colocar na água quente que dá para eles usarem'. Minha mãe em casa chorando, quebrando as escovas de dentes e no outro dia tendo que ir trabalhar. Isso é o que eu sei. Fora todo o assédio sexual, assédio moral porque minha mãe sempre foi uma mulher bonita”, relembrou.
ENCONTRO INÉDITO
Manoel Soares viveu um grande momento no final de 2022: o encontro com uma irmã desconhecida. O apresentador contou como tudo aconteceu e acabou relembrando o passado de sua família.
"Por razões de violência doméstica, minha mãe acabou deixando meu pai, e depois disso ele teve uma filha", relatou ele. Manoel não tinha contato com o pai desde os oito anos.
Com isso, o apresentador viajou até a Bahia para conhecer a irmã. Ela, por sua vez, foi surpreendida enquanto realizava um trabalho social em uma comunidade. "Ela estava fazendo uma atividade social com um grupo de mulheres negras em um quilombo. Ela é uma versão do Manoel de saia. Todas as minhas convicções sociais, toda a minha visão de mundo estavam traduzidas ali", disse ele, emocionado.