Home
Entretenimento
Irmão Menendez: Relembre o crime retratado em nova série da Netflix
Entretenimento

Irmão Menendez: Relembre o crime retratado em nova série da Netflix

publisherLogo
Aventuras Na História
18/09/2024 23h00
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/16352180/original/open-uri20240918-18-8q8jfy?1726701983
©Divulgação
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

A grande questão nunca foi se Lyle e Erik mataram seus pais. Isso eles nunca esconderam que fizeram. A principal discussão por trás dos crimes é o que os motivaram: enquanto a acusação foi ferrenha apontando o ganho financeiro como principal combustível; os irmão Menendez, por sua vez, alegaram medo e denunciaram anos de abuso físico, sexual e emocional. 

No fim, acabaram condenados à prisão perpétua. E, embora estejam presos desde a metade dos anos 1990, uma reviravolta no caso reacendeu a discussão nos últimos anos. 

Os assassinatos cometidos pelos irmãos Menendez voltam a ser comentados nesta quinta-feira, 19, quando chega na Netflix a série 'Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais'. Confira tudo o que você precisa saber sobre os crimes de Lyle e Erik antes da estreia da produção!

"Alguém matou meus pais"

Os assassinatos de José e Kitty Menendez remetem à noite de domingo de 20 de agosto de 1989, quando o casal foi baleado na mansão da família em Beverly Hills, nos Estados Unidos. José e Kitty foram alvejados com tiros à queima-roupa disparados de uma espingarda

+ Irmão Menendez: Veja o que aconteceu com a casa que foi palco do crime

As autoridades ficaram sabendo dos assassinatos depois que Lyle Menendez, então com 21 anos, ligou para a emergência naquela noite, conforme recorda matéria publicada pela CBS News. 

Alguém matou meus pais", alegou. 

Quando os investigadores chegaram ao local, o primogênito do casal contou que quando voltou para casa, ele e seu irmão mais novo, Erik (então com 18 anos), encontraram os pais mortos na sala de estar. 

Casa dos Menendez - Gabinete do Promotor do Condado de Los Angeles

 

Na época em que foi morto, José Menendez trabalhava como diretor de operações da RCA Records. Por lá, cuidou de bandas como Duran Duran, The Eurythmics e também dos Menudos, conforme recorda o Los Angeles Times.

Em um primeiro momento, os agentes que investigaram o caso suspeitaram que os assassinos de José e Kitty tinham relações com os negócios do patriarca da família Menendez. Mas, pouco tempo depois, os holofotes se voltaram para outros alvos: os filhos do casal, Lyle e Erik

De suspeitos a prisão 

As suspeitas contra os irmãos começaram devido ao comportamento nada convencional que eles passaram a ter. Conforme recorda a CBS, após os crimes, eles gastavam os dinheiros dos pais com coisas fúteis para aquele momento, como relógios de luxo, imóveis e investimento em um negócio. 

Mas apesar disso tudo, aquilo não era uma evidência concreta da responsabilidade de Lyle e Erik no caso. Mas tudo mudou cerca de seis meses depois. Em meados de março de 1990, a polícia recebeu uma pista crucial de uma fonte improvável. 

Tudo partiu de uma ligação feita por Judalon Smyth, a namorada de um psicólogo que atendia os irmãos Menendez. Às autoridades, Judalon apontou que Lyle e Erik confessaram os crimes durante uma sessão de terapia e que havia o registro disso em áudio. 

Se bastaram apenas dois dias da revelação para Lyle Menendez ser preso em 8 de março daquele ano. A detenção aconteceu do lado de fora da mansão de Beverly Hills — onde os crimes aconteceram. Horas depois, foi a vez de Erik se render após desembarcar no Aeroporto Internacional de Los Angeles, quando voltava de uma viagem a Israel. 

Os julgamentos começam 

O julgamento dos irmãos Menendez começou em 20 de julho de 1993 sob grande repercussão midiática. Embora tenham sido julgados juntos, eles tiveram júris separados para 'decidirem' seus futuros. 

Caso fossem condenados por assassinato em primeiro grau, Lyle e Erik poderiam enfrentar a pena de morte. Em defesa dos irmãos Menendez, seus advogados argumentaram que eles mataram os pais em legítima defesa, portanto, mereciam uma acusação e uma punição menor. 

Tanto Lyle quanto Erik se sentaram no banco dos réus para testemunhar. O primogênito relatou ter sofrido com abusos sexuais de José e Kitty desde que tinha seis anos e que as violações duraram até os oito. 

A família Menendez - Divulgação/Robert Rand/Arquivo Pessoal

 

Erik disse que seu pesadelo nunca acabou e que só teve coragem de contar ao irmão o que acontecia quando ele tinha 18 anos — ou seja, dias antes dos assassinatos estamparem as manchetes dos jornais.  

Com isso, os irmãos Menendez descreveram que passaram a confrontar seus pais e, nos dias anteriores aos crimes, passaram a sofrer com represálias tão grandes que acreditavam que eles seriam capazes de matá-los para manter o 'segredo' escondido. Na fatídica noite, eles disseram pressentir que seriam mortos, assim, decidiram agir em 'legítima defesa'. 

Apoio aos irmãos

Mas não foram só os irmãos Menendez que apontaram as alegações de abuso sexual cometidos por seus pais. Parentes, amigos e conhecidos da família também testemunharam em defesa de Lyle e Erick. Um deles foi Alan Andersen, primo da dupla. 

Apesar de confessar nunca ter visto os irmãos serem abusados sexualmente, Alan apontou que presenciou fatos um tanto quanto estranhos quando eles eram crianças. Afinal, José Menendez costumava tomar banho com os filhos; enquanto Kitty sequer o deixava chegar perto dos quartos. 

Erik, José e Lyle - Divulgação/Robert Rand/Arquivo Pessoal

 

Apesar disso, os promotores rejeitaram a alegação de legítima defesa dos irmãos e apontaram que o dinheiro foi o principal motivo para os crimes. Além disso, argumentaram que os crimes foram premeditados, visto que Lyle e Erik compraram espingardas com dias de antecedência. A acusação afirmou que mesmo que eles tenham sido abusados, isso não lhes conferia o direito de matar. 

Um novo julgamento

Após as deliberações, o julgamento se estendeu por algumas semanas. Apesar de todo o tempo, os júris relataram que estavam divididos sobre se consideravam os irmãos culpados por assassinato em primeiro grau ou por homicídio culposo. Assim, o julgamento foi considerado nulo

Em outubro de 1995, a promotoria decidiu fazer um novo julgamento, mas agora só com um júri ao invés de dois. A acusação também argumentou que os irmãos estavam mentindo sobre os relatos de abuso e conseguiu desconsiderar uma grande quantidade de evidências de defesa, recorda a CBS. Lyle Menendez se recusou a depor desta vez. 

O julgamento terminou com Lyle e ErikMenendez culpados de assassinato em primeiro grau, mas, por recomendação do júri, eles foram posteriormente sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.      

O caso ressurge 

Após quase três décadas de um suposto ponto final com as condenações, um advogado de apelação, Cliff Gardner, concedeu uma entrevista aos 48 Hours apontando novas evidências que vieram a tona e que poderiam causar uma reviravolta no caso — provando que Lyle e Erik estavam falando a verdade.

Assim, em maio de 2023, ele entrou com um pedido de habeas corpus e pedindo a anulação do processo. 

José e Kitty - Divulgação/Robert Rand/Arquivo Pessoal

 

"Os meninos foram abusados ​​quando crianças. Eles foram abusados ​​a vida inteira… E este é um caso de homicídio culposo, não um caso de assassinato. É simples assim", disse ao veículo. 

Caso a condenação fosse baseada em um homicídio culposo, os irmãos Menendez não só teriam recebido uma sentença mais curta, como também já estariam soltos da prisão há anos. 

Uma evidência que Cliff considera fundamental é uma carta que Erik Menendez enviou para seu primo Andy Cano, em dezembro de 1988, cerca de oito meses antes dos assassinatos. 

Eu tenho tentado evitar o papai. Ainda está acontecendo, Andy, mas está pior para mim agora... Toda noite eu fico acordado pensando que ele pode entrar", escreveu o caçula da família. 

Outra forte testemunha trata-se do cantor Roy Rossello, que integrou o grupo musical que se tornou sucesso pelo mundo: o Menudo — que assinou com a RCA, onde José trabalhava, em 1983. Roy aponta que, nesse período, ele foi abusado sexualmente pelo patriarca da família Menendez

+ Irmãos Menendez: Entenda como ex-Menudo pode reacender o caso criminal

Ao 48 Hours, o Gabinete do Promotor Público do Condado de Los Angeles disse que está investigando as alegações feitas na petição de habeas corpus. Mas que, em última análise, caberá a um juiz decidir se as condenações devem ser anuladas. Caso isso aconteça, o gabinete do promotor público decidirá se o caso será retomado ou não.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também