Larissa Manoela tem pais narcisistas? Entenda como relação pode afetar a vida adulta
Caras
Larissa Manoela se tornou assunto ao falar pela primeira vez sobre o afastamento de seus pais Silvana Taques e Gilberto Elias, no último domingo, 13. Em entrevista à CARAS Brasil, especialistas analisam a relação familiar exposta e como isso pode refletir na vida da atriz, que optou por abrir mão de uma fortuna de R$ 18 milhões na disputa judicial com os familiares.
O psiquiatra Alexandre Valverde explica que a relação de Larissa Manoela com seus pais apresenta sinais de narcisismo, transtorno de personalidade que não evolui com o tempo. Segundo o especialista, pessoas narcisitas são egoístas, vaidosas e costumam ter relações utilitárias com os outros, tendo dificuldade em sentir empatia.
Quando colocado em um ambiente familiar, pais narcisistas tendem a usar os filhos para alcançar algo, o que desencadeia uma relação de hierarquia, movida pelo controle e poder. "No caso de Larissa Manoela vemos isso na utilização do dinheiro. Eles a privavam do próprio recurso que ela produzia."
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Rodrigo de Aquino, especialista em psicologia positiva, ainda explica que os problemas nascem nas relações familiares a partir de como são sustentadas. No caso de Larissa Manoela, ele afirma que o ponto principal a se refletir é qual o valor que o dinheiro assumiu no núcleo da artista.
"O dinheiro em si não é o causador de problemas nas relações familiares. As relações são sustentadas a partir de afetos, conexões autênticas ou interesses materiais e financeiros, isso que vai direcionar como o dinheiro vai afetá-las. Se de uma forma positiva ou negativa."
Valverde acrescenta que pais narcisistas tendem a minar a autoestima de seus filhos durante a criação, fazendo com que eles percam também a autonomia —seja emocional, por meio da culpa, e até mesmo financeira, como no caso da artista. "A pessoa fica limitada até de escolher o que ela vai vestir, onde ela vai morar, com quem ela vai casar."
O especialista diz que crescer com uma relação narcisista pode fazer com que o adulto se torne ansioso e também reproduza a relação abusiva que viveu durante seu crescimento, por ter comportamentos normalizados em casa. "É super importante a gente trabalhar essa questão e identificar isso."
Valverde, que desenvolve um trabalho de psicoeducação para orientar e conscientizar sobre questões do abuso na infância, afirma que o melhor a se fazer nessas relações é reduzir a relação ao mínimo de contato e, em casos de estar muito deteriorada, pode ser recomendado que a vítima se afaste definitivamente do ambiente familiar.
Aquino ainda ressalta a importância de acolher pessoas que passaram por essas situações. "[Devemos ter] compaixão e empatia, porque já há muitos culpando a vítima, e fazer esse tipo de reflexão nas nossas relações, para que abusos de pequeno, médio, grande porte não sejam naturalizados. Seja entre marido e mulher, pais e filhos, sócios e tudo mais."