Pedro Carvalho faz exposição de arte em Lisboa
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Criatividade, talento e, acima de tudo, amor. É assim que o português Pedro Carvalho (38) encara sua trajetória na arte. Há oito anos divindo a rotina entre o Brasil e seu país natal, o ator sente cada vez mais orgulho da própria história. “Eu gosto desta minha vida de caixeiro-viajante”, diz, aos risos. No ar em Fuzuê, trama global das 7, ele também celebra o reencontro com o autor Gustavo Reiz (41), responsável por Escrava Mãe, primeira trama protagonizada por ele no País e exibida pela RecordTV, em 2016. “Vim com todo amor e garra na bagagem. Estou reencontrando colegas com quem já tinha trabalhado. E é um reencontro muito feliz com o Gustavo Reiz. Foi ele quem me deu a minha primeira grande oportunidade no Brasil”, conta Pedro, intérprete de Rui Sodré.
Em busca de revelar a versatilidade artística, recentemente o artista regressou a Portugal para inaugurar Riscos, sua primeira exposição de arte, realizada na Galeria Óriq, em Lisboa. Ao todo, são 17 quadros pintados por ele. “O público só conheceu a minha vertente como ator, eu nunca tinha mostrado outra. Há pessoas que têm quadros meus que foram dados por mim. Algumas delas viviam dizendo para eu fazer uma exposição, mas nunca quis expor as minhas coisas, porque é uma intimidade muito grande e muito pessoal, é como mostrar a minha alma. É como se ficasse nu à frente de várias pessoas... Mas decidi arriscar”, explica Pedro, que optou por reverter os fundos arrecadados à associação beneficente portuguesa Corações com Coroa. “A verdade é que tenho uma mente inquieta. Sempre tem muita coisa acontecendo aqui dentro. Então, ando com lápis de cor para todo lado e, quando posso, rabisco alguma coisa”, revela. Pedro não descarta a ideia de apresentar essa outra vertente ao público brasileiro. “Já tenho pensado sobre isso. Ainda não há nada certo, preciso produzir novas peças”, confessa ele.
De volta à rotina de gravações no Brasil, o ator destaca a alegria pelo reconhecimento na teledramaturgia. “Este é o meu sexto projeto no Brasil, onde já me sinto completamente em casa. Quando fui convidado para fazer esta novela, surgiram outras duas propostas de trabalho, mas optei por Fuzuê. Estou muito feliz, o elenco é fantástico”, elogia ele, animado.
Embora bastante adaptado, a linguagem ainda está entre seus maiores desafios. “Sendo um estrangeiro buscando uma carreira de destaque fora de casa, fica tudo mais difícil. Tenho que trabalhar muito e constantemente, além de estudar bastante para dar o meu melhor”, diz. “Já falo português brasileiro fluente, mas durante cinco anos tive aulas de fonologia para chegar a isso. Nós achamos que falamos a mesma língua, mas não tem nada disso. Eu aprendi a falar de novo e isso, com certeza, é um grande mérito meu”, garante, sem se deslumbrar com o rótulo de galã. “Sinceramente, o que me interessa é fazer personagens desafiadores”, frisa Pedro.
FOTOS: JOÃO LIMA