Garota do Momento acende alerta para transtorno obsessivo-compulsivo
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Comportamentos repetitivos que a pessoa não consegue controlar. Esse é o principal sintoma do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). “Os primeiros sinais são os pensamentos que dão uma espécie de ordem: como lave a mão, não pise na risca, coloque a chave reta em cima do móvel, arrume o quadro e tantas outras. São pensamentos que mostram o que a pessoa deve fazer para trazer alívio ao arrumar ou ajustar um objeto ou ainda ao pensar novamente em uma sequência de imagens”, acrescenta a cientista da mente e terapeuta Wanessa Moreira.
As causas que desenvolvem o transtorno não estão bem esclarecidas. Mas existe consenso de que se trata de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e históricos familiares também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.
Em Garota do Momento, novela das seis exibida na TV Globo, a personagem Teresa, interpretada por Maria Eduarda de Carvalho, desenvolve o transtorno obsessivo-compulsivo após um acidente doméstico com sua filha. Desde então, a dona de casa se culpa pelo ocorrido, desenvolvendo ações repetitivas relacionadas à limpeza. No início da narrativa, as situações foram retratadas com leveza e humor, mas no decorrer da trama, o telespectador vem acompanhando a dor e luta da personagem com a doença.
Com o desenrolar dos capítulos, Teresa busca ajuda médica para descobrir mais informações sobre sua mania de limpeza, arrumação e controle sobre tudo e todos, mostrando ao público a importância de procurar profissionais capacitados e instruir sobre o TOC.
Mas, afinal, existe tratamento para o TOC? “Sim. Trabalhar o pensamento e entender que cada um deles diz, é uma forma excelente de ir desvendando e demonstrando o TOC. Ele tem sua raiz no medo – o medo de algo se perder, medo da vida ser prejudicada, medo de uma tragédia acontecer. Ele tem seu início em medos fora do controle e traz atitudes como se elas fossem necessárias para essa barreira do medo e de controlar o caos que sempre parece que 'está por vir'”, pontua Wanessa.
Caso o transtorno obsessivo-compulsivo não seja tratado, ele aumenta e as “regras” que a mente deve obedecer também aumentam. O TOC pode evoluir para um pânico, um desespero, uma angústia e mais emoções que sufocam e trazem irritação constante. Ele aumenta a ansiedade e coloca a pessoa como refém de uma rotina sempre igual para que nada a surpreenda negativamente. Com isso, evita cada vez mais fazer coisas que fazia antes e se isola de seu círculo social de forma geral.
“O TOC é uma voz de ordem para te salvar de medos, e a ansiedade é a aflição que esse medo causa. Quanto mais ansiedade, mais medo, mais ordem, mais pensamentos e ações do TOC que prendem a pessoa dentro da própria mente”, esclarece a terapeuta.
Segundo informações do site de Dráuzio Varella, na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos.
O tratamento de TOC pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam. A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois tipos de abordagem terapêutica.
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