Será que estamos comendo plástico? Veja como reduzir sua exposição ao microplástico!

Os microplásticos estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, desde a água que bebemos até os alimentos que consumimos e o ar que respiramos. Eles são fragmentos minúsculos de plástico resultantes da degradação de materiais maiores, como embalagens, tecidos sintéticos e utensílios domésticos.

O problema é que esses resíduos invisíveis podem se acumular no organismo e estar relacionados a problemas de saúde, incluindo alterações hormonais, danos ao microbioma intestinal e impactos na fertilidade.

Um estudo publicado na revista Environmental Pollution revelou que uma pessoa pode ingerir até 3,8 milhões de microplásticos por ano apenas pelo consumo de carne.

Como o plástico não se biodegrada completamente, ele se fragmenta em partículas cada vez menores, conhecidas como micro e nanoplásticos, que podem entrar na corrente sanguínea.

Apesar de parecer um desafio inevitável, algumas mudanças na rotina ajudam a minimizar essa exposição. AnaMaria te ajuda com essa tarefa!

Como evitar o consumo de microplástico? Pequenas mudanças, grandes impactos!

1. Evite garrafas plásticas e ferva a água

O consumo de água engarrafada é um dos grandes vilões na ingestão de microplásticos. Um estudo publicado na Environmental Science & Technology estimou que pessoas que bebem exclusivamente água engarrafada ingerem cerca de 90.000 microplásticos por ano, enquanto quem consome apenas água da torneira pode reduzir essa exposição para 4.000 partículas.

Outra opção simples é ferver a água antes do consumo. Um estudo recente mostrou que essa prática pode remover até 80% dos microplásticos e nanoplásticos contidos na água.

2. Escolha chá de folhas soltas ou marcas sem plástico

Muitos saquinhos de chá contêm plástico na sua composição, o que significa que, ao colocar o saquinho na água quente, pequenas partículas são liberadas na bebida. Algumas pesquisas apontam que saquinhos feitos com polipropileno podem liberar bilhões de partículas plásticas em uma xícara de chá.

Para evitar esse problema, prefira chá de folhas soltas ou marcas que utilizam materiais naturais.Usar infusores de aço inoxidável ou silicone de grau alimentício também é uma alternativa segura para evitar a contaminação por microplásticos.

3. Reduza o uso de plástico na cozinha

Armazenar, cozinhar ou aquecer alimentos em plástico pode ser uma grande fonte de contaminação. O calor pode liberar microplásticos e substâncias químicas como ftalatos e bisfenol-A (BPA), que podem prejudicar o equilíbrio hormonal.

Para minimizar essa exposição:

• Prefira recipientes de vidro ou aço inoxidável para armazenar alimentos.
• Utilize utensílios de madeira, bambu ou silicone de grau alimentício.
• Nunca aqueça alimentos no micro-ondas em potes plásticos; opte pelos de vidro.
• Evite congelar alimentos em embalagens plásticas.

4. Fique atenta aos cosméticos e produtos de beleza

Muitos produtos de beleza contêm microplásticos em sua fórmula, como microesferas esfoliantes e embalagens plásticas que podem liberar ftalatos. Essas substâncias podem se acumular no organismo e impactar o sistema endócrino.

Uma forma de evitar essa exposição é optar por produtos sem plástico na composição, como:

• Shampoos e condicionadores sólidos
• Sabonetes em barra naturais
• Produtos com embalagens biodegradáveis ou reutilizáveis

5. Mantenha sua casa livre de microplásticos

A poeira doméstica é uma das maiores fontes de exposição a microplásticos. Partículas liberadas por tecidos sintéticos, tapetes e móveis estofados podem ficar suspensas no ar e serem inaladas.

Algumas dicas para reduzir essa contaminação:

• Aspire a casa regularmente com filtros de alta eficiência.
• Evite andar com sapatos dentro de casa.
• Prefira roupas de fibras naturais, como algodão, linho e lã, em vez de tecidos sintéticos como poliéster e náilon.
• Lave roupas sintéticas com menos frequência e em cargas completas para reduzir o desprendimento de microfibras.
• Utilize filtros de microfibras na máquina de lavar roupa ou sacos de lavagem que capturam essas partículas.

Leia também:

Veja mitos e verdades sobre a reciclagem do plástico