Estudo científico entra para o Guinness por contar com maior coleção de unhas dos pés

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O Guinness World Records reconheceu a maior coleção de unhas dos pés do mundo, pertencente à equipe de cientistas da Atlantic Partnership for Tomorrow's Health, no Canadá. O anúncio foi feito no dia 16 de dezembro.
Embora pareça uma curiosidade excêntrica, a coleção é parte fundamental de um estudo sobre câncer e doenças crônicas em canadenses da região atlântica.
De acordo com o portal Galileu, a iniciativa começou em 25 de outubro de 2013, quando mais de 30 mil pessoas entre 35 e 69 anos, residentes de quatro províncias costeiras do Canadá, enviaram amostras de sangue, medidas corporais e cortes de unhas dos pés para a pesquisa. As unhas foram armazenadas em pequenos sacos transparentes e remetidas pelo correio, marcando o início de um estudo ainda em andamento.
“É uma coleção incrível: um quarto de milhão de recortes de unhas dos pés no total”, destacou Louise Parker, presidente da Canadian Cancer Society em Pesquisa de Câncer Populacional e professora nos Departamentos de Pediatria e Medicina, em entrevista ao Guinness World Records.
O estudo faz parte do Canadian Partnership for Tomorrow Project, o maior projeto de pesquisa desse tipo no país. Dados apontam que um em cada três canadenses da região atlântica será diagnosticado com câncer ao longo da vida. Anualmente, mais de 13.400 pessoas recebem esse diagnóstico, e 6.300 morrem devido à doença.
Mas por que escolher unhas dos pés como material de pesquisa? Segundo os cientistas, elas fornecem informações sobre a exposição ambiental das pessoas. “Quando você apara a ponta das unhas dos pés, elas já estão no seu corpo há cerca de seis a nove meses e, durante esse tempo, elas são expostas a tudo a que você é exposto", explicou Parker.
Substâncias tóxicas
As amostras recebidas no laboratório são trituradas até se tornarem um pó, que é analisado para detectar substâncias tóxicas.
Uma descoberta importante foi a presença de altos níveis de arsênio, um dos cinco elementos químicos mais tóxicos do mundo, encontrado em muitos poços de água na Nova Escócia. A pesquisa indicou que pessoas com maior gordura corporal absorvem menos arsênio, potencialmente reduzindo os riscos de câncer de bexiga e rim.
Sobre o reconhecimento pelo Guinness, Parker revelou que a inscrição ocorreu de forma descontraída, após longos períodos de trabalho intenso. A equipe encontrou várias categorias relacionadas a unhas no site do Guinness, mas nenhuma mencionava coleções de amostras. Mesmo sem expectativas, o acervo foi reconhecido em 2013, destacando a importância de uma pesquisa inusitada com impacto relevante para a saúde pública.


