Unesco reconhece Queijo Minas como Patrimônio Cultural da Humanidade
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Os "Modos de Fazer Queijo Minas Artesanal" foram declarados Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco nesta quarta-feira, 4, marcando a primeira vez que um item gastronômico brasileiro recebe esse reconhecimento. A cerimônia aconteceu em Assunção, no Paraguai.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, celebrou a decisão, destacando que o queijo minas artesanal representa as características culturais e territoriais do Brasil. “Os sabores brasileiros são uma de nossas muitas riquezas. Fazer queijo, culturalmente, traz consigo as características de um território e de seu povo”, disse ao jornal O Globo.
A prática foi reconhecida como patrimônio estadual em 2002, nacional em 2008, e teve sua candidatura internacional apresentada em março de 2023, por iniciativa da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
José Ricardo Ozólio, presidente da Amiqueijo, destacou à Agência Minas que o título traz "uma série de benefícios, como a valorização e a conquista de novos mercados consumidores".
"O mundo está de olho na produção de queijo em Minas, o que aumenta a importância da regularização para trabalharmos melhor e com mais qualidade. A partir desta visibilidade, acredito que também será possível incluir mais produtores na cadeia do queijo", acrescentou.
Tradição secular
O presidente do Iphan, Leandro Grass, explicou que o reconhecimento busca dar visibilidade internacional à tradição de mais de 300 anos, que envolve 106 municípios de Minas Gerais.
Em cada região, o queijo remete ao sentimento de pertencimento dos indivíduos a suas comunidades de origem e ao orgulho dos produtores pela qualidade do resultado de seu trabalho cotidiano, que envolve desde o manejo do pasto e o cuidado com o bem-estar dos animais até o preparo e a venda do queijo aos consumidores", ressaltou o instituto em nota.
Além do queijo minas, o Brasil possui outros seis bens culturais na lista da Unesco: o samba de roda do Recôncavo Baiano; a arte Kusiwa, que engloba a pintura corporal e a arte gráfica Wajãpi; o frevo como expressão do carnaval de Recife; o Círio de Nossa Senhora de Nazaré; a roda de capoeira e o Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão.
A inclusão do queijo minas reforça o valor da gastronomia nacional, ao lado de outras tradições reconhecidas, como a arte do pizzaiolo napolitano e o café árabe.