Programa educacional diferenciado afasta os jovens do cigarro eletrônico, dizem especialistas
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Pesquisadores da Universidade de Sydney descobriram que um programa educacional diferenciado é mais eficaz para reduzir o uso de cigarro eletrônico entre adolescentes do que as aulas convencionais de saúde.
“Quando recebem dados claros sobre os riscos, entendem que existe dependência química. Assim, também compreendem o cérebro ainda em desenvolvimento pode ser afetado e que há consequências reais para o corpo, então, a forma de pensar muda”, apontou a psicóloga clínica Giovana Diez, que analisou o estudo, em entrevista à ‘Agência Einstein’.
Educação afasta os jovens do cigarro eletrônico
Focados em prevenir a dependência, os cientistas criaram um programa educacional com conteúdos que abordavam os malefícios do fumo, como o risco de doenças crônicas. Além disso, o material contemplou estratégias de recusa e meios para pedir ajuda em casos de pressão para iniciar o uso.
Em seguida, o projeto foi testado com 5.157 estudantes de 40 escolas australianas, na faixa etária de 12 a 14 anos. Enquanto 2.449 alunos assistiram a quatro aulas de 40 minutos sobre cigarros eletrônicos e tabaco, ministradas semanalmente. Outros 2.708 jovens seguiram o cronograma tradicional de aulas sobre saúde.
O grupo de intervenção, por outro lado, ainda realizou atividades e discussões sobre o tema, além de assistir à desenhos animados e receberem materiais informativos. Posteriormente, para analisar os resultados, os adolescentes responderam a questionários ao longo de três anos.
Dessa forma, a pesquisa, publicada na ‘The Lancet Public Health’, mostrou uma redução de 65% na probabilidade de uso de cigarros eletrônicos entre os alunos do programa, em comparação com o grupo controle. Ademais, aproximadamente 80% dos estudantes demonstram apoio a iniciativa e afirmaram acreditar que os conhecimentos irão ajudá-los no futuro.
Segundo Giovana Diez, o sucesso do projeto está relacionado, principalmente, às orientações comportamentais, que ajudam a resistir à pressão social. Por isso, ela aponta que a atuação dos pais e a criação de campanhas em redes sociais podem aumentar a eficácia do programa.
“Quando damos ferramentas para que eles se sintam confiantes, saibam lidar com frustrações e pressões e encontrar alternativas saudáveis de se expressar, aumenta a chance dizerem ‘não’ a comportamentos de risco”, ressaltou.