Tudo sobre pedras nos rins: causas, tratamento e prevenção
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Quando falamos em cálculo renal, popularmente conhecido como “pedras nos rins”, o estudante Lucas Moraes faz até careta ao lembrar o sofrimento… Logo, vem com a resposta pronta:”Não desejo ao meu pior inimigo essa dor”, diz, brincando.
Aos 22 anos, já enfrentou o problema por 4 vezes. “Em vez de beber água, tomava só refrigerante… o preço foi alto”. Só quem já viveu essa experiência dolorosa sabe o que é – e não quer sentir de novo! As pedras são formações endurecidas que, quando se desenvolvem nos rins, causam cólica e muito desconforto. Para entender melhor a função dos rins, eles são órgãos responsáveis pela filtragem de substâncias tóxicas e de líquidos em excesso. A eliminação destes resíduos ocorre pela urina. Assim, quando ocorre a cristalização de minerais e sais, os cálculos se formam e vão em direção ao canal urinário. Muitas vezes chegam a obstruir a passagem da urina e causam a dor que o Lucas mencionou lá em cima.
O que causa as pedras nos rins?
A formação dos cálculos é multifatorial. Portanto, frequentemente, está ligada a uma urina excessivamente concentrada, que favorece a aglomeração dos cristais. Segundo especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein, as causas mais comuns incluem:
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Baixa ingestão de líquidos: A principal causa é a desidratação crônica, que resulta em uma urina mais concentrada, facilitando a cristalização dos minerais.
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Dieta inadequada: Uma alimentação rica em sódio (sal), proteínas animais e, em alguns tipos de cálculo, excesso de alimentos ricos em oxalato (como espinafre e cacau) ou purinas (associadas ao ácido úrico) pode aumentar o risco.
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Predisposição genética: Pessoas com histórico familiar de cálculos renais têm uma maior probabilidade de desenvolver a condição.
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Estilo de vida: O sedentarismo, a obesidade e a vida em climas muito quentes também são fatores de risco, pois aumentam a perda de líquido corporal.
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Doenças metabólicas: Condições como diabetes, hipertensão e gota (excesso de ácido úrico) podem alterar o metabolismo dos minerais e favorecer a formação das pedras.
- Medicamentos em excesso: O uso prolongado de certos tipos de remédios, como analgésicos, pode desencadear o problema.
Como prevenir?
Para prevenir, basta adotar mudanças simples e eficazes no estilo de vida.
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Hidratação: Beber bastante água é a medida preventiva mais importante. A recomendação geral é manter a urina clara, o que geralmente requer a ingestão de cerca de 2 a 3 litros de água por dia, variando conforme o clima e a atividade física.
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Controle do sódio: Reduza o consumo de sal e alimentos ultraprocessados ou industrializados, pois o excesso de sódio aumenta a quantidade de cálcio na urina.
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Dieta equilibrada: Modere a ingestão de proteínas animais e equilibre o consumo de alimentos ricos em cálcio (que é importante para a saúde óssea) com os ricos em oxalato. Frutas cítricas, como laranja e limão, são benéficas por serem ricas em citrato, uma substância que pode inibir a formação de cristais.
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Controle de peso e exercícios: Manter um peso saudável e praticar atividades físicas regularmente contribui para o controle de doenças metabólicas que são fatores de risco, como diabetes e hipertensão.
Por fim, segundo o Hospital Israelita Albert Einstein, o tratamento pode envolver medicamentos para o controle da dor e para auxiliar na eliminação espontânea da pedra. No entanto, se não for expelida, o médico pode indicar procedimentos, como a litotripsia (ondas de choque que fragmentam os cálculos para facilitar a eliminação através da urina) ou até mesmo uma cirurgia.
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