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Fontes de inspiração: 6 mulheres incríveis que revolucionaram a ciência
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Fontes de inspiração: 6 mulheres incríveis que revolucionaram a ciência

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Bons Fluidos
08/03/2023 20h53
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Nessa semana tão especial, onde comemoramos o Dia Internacional da Mulher, gostaria de deixar aqui minha admiração e mais profundo respeito a todas vocês! Existe aquela frase que diz que por trás de todo grande homem sempre há uma grande mulher. Eu discordo, as mulheres estão a frente e ao nosso lado.

Aprendi a ler e escrever com a tia Cláudia e a tia Lúcia, aprendi matemática com minha “dinda”, a ser responsável e levantar cedo com minha vó Gecy e os primeiros passos – e todos os que dou até hoje – com minha mãe.

Se fosse descrever cada uma dessas mulheres que me tornaram o homem que sou, isso deixaria de ser uma coluna e se tornaria um grande livro de autoajuda. Não há palavras que descrevam todo meu aprendizado e gratidão a vocês.

Ao longo da história, as mulheres tem lutado por direitos iguais e, se hoje – na chamada era moderna – ainda há inacreditavelmente essa necessidade de luta, imagine há séculos, numa sociedade ainda mais machista e retrógrada, se é que isso seja possível.

Como profissional da saúde, não poderia deixar de citar e compartilhar a história de algumas mulheres da minha área que ultrapassaram o quesito inteligência: para receber o devido reconhecimento em épocas tão difíceis, tiveram que ser determinadas e corajosas.

6 mulheres que revolucionaram a ciência

Marie curie, a primeira mulher laureada com o Prêmio Nobel

Marie curie, a primeira mulher laureada com o Prêmio Nobel
Marie curie, a primeira mulher laureada com o Prêmio Nobel – Foto: Tekniska museet/Wikimedia Commons

Maria Skłodowska Curie, conhecida como Marie Curie, foi uma física e química polonesa naturalizada francesa, que conduziu pesquisas pioneiras sobre radioatividade. Foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel, além da primeira pessoa a recebê-lo duas vezes e em áreas distintas: em Física (1903) com seu marido, Pierre Curie, e com o físico Henri Becquerel pela demonstração da ocorrência natural da radioatividade, e em Química (1911) pela descoberta dos elementos químicos polônio e rádio.

Durante a Primeira Guerra Mundial, onde ela mesma dirigia as ambulâncias nos campos de batalha, também criou um aparelho móvel de raios-X (chamado de “petite curie”) que auxiliava no diagnóstico de traumas e ferimentos de bala. Ainda foi responsável pela criação dos Institutos Curie em Paris e Varsóvia, referências mundiais em Oncologia até hoje.

Por ser mulher, inicialmente seu nome não havia sido incluído entre os laureados pelo Nobel de Física em 1903, mas Pierre Curie insistiu para que a esposa também fosse premiada. E mais: Marie e Pierre se recusaram a patentear o rádio, já que, segundo eles, os benefícios da utilização desse elemento pertenciam ao povo.

Anna Louise James, a primeira farmacêutica negra dos Estados Unidos

Anna Louise James, a primeira farmacêutica negra dos Estados Unidos
Anna Louise James, a primeira farmacêutica negra dos Estados Unidos – Radcliffe Institute

Nasceu em 1886 em liberdade após seu pai, escravo em uma plantação no estado norte-americano de Virgínia, fugir para a cidade de Hartford, Connecticut. Anna perdeu sua mãe com apenas 8 anos e traçou um árduo caminho lutando contra o racismo e sexismo, Se tornou a primeira mulher da turma de farmácia do Brooklyn College of Pharmacy em 1908.

Após sua formatura, enfrentou o obstáculo da Associação Farmacêutica de Connecticut, que rejeitou seu registro como farmacêutica e sugeriu que ela trabalhasse como auxiliar de farmácia. Sua jornada profissional começou na Lane Pharmacy, em Hartford, uma farmácia de Peter Lane, um dos dois únicos farmacêuticos negros do país.

Em 1917, quando Peter foi chamado para Primeira Guerra Mundial, deixou a farmácia sob os cuidados de Anna e ao retornar ele foi trabalhar na Sisson Drug Company. Ela se tornou proprietária da farmácia e renomeou o negócio para James Pharmacy. Para os moradores locais, ela era a gentil, atenciosa, confiável e chamada Miss James. Assim, inspirou outras mulheres a lutarem contra o racismo e o sexismo e a seguirem seus passos de luta e amor à saúde.

Elizabeth Blackwell, a primeira médica do mundo

Elizabeth Blackwell, a primeira médica do mundo
Elizabeth Blackwell, a primeira médica do mundo – Foto: Hobart and William Smith Colleges Archives/Wikimedia Commons

Nascida em Bristol, Inglaterra, em 1821, entrou para a história como a primeira mulher do mundo a se formar em Medicina e exercer a profissão nos Estados Unidos. Criada por pais bastante liberais, era contra a discriminação de gênero e defendia que as mulheres conseguiam desempenhar qualquer função que escolhessem, dependendo apenas de seu talento e dedicação.

Elizabeth foi recusada por 12 vezes em diferentes faculdades de Medicina e admitida no Geneva Medical College e, após diversos desafios, se formou como primeira da classe e obteve o título em 1849.

Samuel, seu pai, um dissidente da Igreja da Inglaterra, era um refinador de açúcar e abolicionista (um tanto duvidoso) já que lucrava com uma mercadoria que dependia do trabalho escravo. Deu as suas cinco filhas as mesmas oportunidades educacionais que seus quatro filhos, mudando-as de Bristol para Nova York em 1832 e depois para Cincinnati em 1838, na esperança de substituir a cana caribenha pela beterraba.

Samuel morreu falido, deixando para as filhas uma última lição: um marido não era garantia de segurança, tanto que nenhuma das filhas se casou.

Elizabeth escolheu a Medicina e depois de uma série de recusas, Blackwell matriculou-se no pequeno e rural Geneva Medical College, no oeste do Estado de Nova York, aceitação esta vista como uma farsa. O corpo docente apresentou aos alunos a horrível ideia de admitir uma mulher, que julgou engraçado e, supondo que fosse uma brincadeira, votou unanimemente pela admissão.

Elizabeth foi pioneira no treinamento de enfermeiras e na fundação de faculdades de Medicina para mulheres nos Estados Unidos e na Inglaterra, quebrando preconceitos e inspirando outras mulheres a seguirem nessa profissão.

Letitia Mumford Geer, a inventora da seringa

Pouco se sabe da vida de Letitia: ela nasceu em Nova York, em 1852. Era enfermeira, teve três irmãos e faleceu em 18 de julho de 1935, aos 83 anos, em Nova York.

Sua criação, a seringa com pistão, permite a injeção de líquidos por via intravenosa ou a retirada de líquidos do corpo. Embora o primeiro modelo de seringa tenha sido proposto em 1647 pelo físico Blaise Pascal, somente em 1899 a enfermeira Letitia Mumford Geer propôs e patenteou o dispositivo como conhecemos hoje, tornando-o muito mais prático e eficiente.

Através de sua invenção, Letitia revolucionou o uso das seringas, já que o modelo com pistão facilitou muito o trabalho dos profissionais de saúde, pois permitiu o acionamento e utilização com apenas uma mão durante procedimentos cirúrgicos, por exemplo.

Nettie Stevens e os cromossomos X e Y

Nettie Stevens e os cromossomos X e Y
Nettie Stevens e os cromossomos X e Y – Foto: The Incubator (courtesy of Carnegie Institution of Washington)/Wikimedia Commons

A cientista Nettie Stevens (1861-1912) nasceu em 7 de julho na cidade de Cavendish, em Vermont, Estados Unidos. Filha de Julia Adams e do carpinteiro Ephraim Stevens, Nettie perdeu a mãe aos 2 anos de idade. Seu pai se casou novamente e mudou-se para Westford, Massachusetts, onde criou as filhas Nettie e Emma.

Ela e sua irmã foram duas das três mulheres que se formaram na Westford Academy entre 1872 e 1883. Além de ter feito pós-graduação na Westfield State University, fez especialização na Universidade de Stanford em 1896, onde também concluiu seu mestrado em 1900. Seu doutorado foi realizado na Bryn Mawr College, dedicando-se especialmente à pesquisa celular.

Em 1905, Stevens fez uma das maiores descobertas genéticas. A cientista observava o bicho-da-farinha (Tenebrio molitor) e percebeu que os machos possuíam células reprodutivas com cromossomos X e Y, enquanto as fêmeas possuíam apenas células com cromossomos X. Isso permitiu que ela concluísse que o sexo biológico é hereditário do fator cromossômico, e que os machos determinam esse sexo.

Em 1994, Nettie Stevens foi incluída no National Women’s Hall of Fame, uma organização que reconhece as conquistas das mulheres estadunidenses. Em 2017, a Universidade de Westfield inaugurou o Centro de Inovação e Ciências Dra. Nettie Stevens, batizando-o com o seu nome.

Gertrude Elion, desenvolvedora do tratamento da leucemia

Gertrude Elion, desenvolvedora do tratamento da leucemia
Gertrude Elion, desenvolvedora do tratamento da leucemia – Foto: GlaxoSmithKline plc/Wikimedia Commons

Gertrude Belle Elion é americana graduada em odontologia pela York University. Presenciar a morte de seu avô por câncer a fez voltar a estudar para ser uma cientista especializada em química, bioquímica, farmacologia, imunologia e virologia.

Em 1937, Gertrude conquista o seu bacharel em Química e pouco tempo depois ingressa no mestrado em Química na Universidade de Nova York, tornando-se a única mulher do curso.

Após concluir o mestrado, Gertrude começa a trabalhar com George Hitchings em uma das mais importantes empresas da indústria farmacêutica da época, a Burroughs Wellcome, hoje Glaxo Welcome, onde ficou por mais de 40 anos e revolucionou a ciência com diversas descobertas na área de medicamentos.

Para se dedicar exclusivamente a essas descobertas, Gertrude Belle Elion teve que deixar seu doutorado, mas ao longo de sua vida recebeu 25 doutoramentos honorários, além de diversos prêmios em reconhecimento às suas contribuições científicas.

Em 1988, a Academia de Ciências da Suécia concedeu a Gertrude Belle Elion, à George Hitchings, e a Sir James Black, o Prêmio Nobel de Medicina.

Finalizo as palavras de Gertrude Belle Elion para as mulheres: “Não tenham medo de trabalho duro. Nada que vale a pena é conseguido facilmente. Não se deixe desencorajar ou que lhe digam que você não pode fazê-lo. No início de minha vida, me afirmaram que mulheres não podiam se dedicar à Química. Eu não vi nenhum motivo para não poder”.

Feliz todos os dias, mulheres! Vocês me inspiram todos os dias a ser um homem melhor!

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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