Combate à obesidade vai além das mudanças de hábito
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Pesquisadores da Unicamp, Usp e Unam publicaram um artigo sugerindo que a luta contra a obesidade na América Latina requer uma abordagem multidisciplinar e global. Eles apontam fatores socioeconômicos, culturais e epigenéticos como determinantes importantes para explicar o crescimento da obesidade na região.
Segundo o estudo, as taxas de sobrepeso e obesidade na América Latina são alarmantes. Estimativas revelam que 75% dos adultos no México, 74% no Chile, 68% na Argentina, 57% na Colômbia e 55% no Brasil apresentam sobrepeso ou obesidade. Entre crianças e adolescentes, as taxas também são altas, com 53% no Chile, 41% na Argentina, 39% no México, 30% no Brasil e 22% na Colômbia.
Os pesquisadores argumentam que o problema da obesidade vai além das escolhas individuais ou fatores genéticos. Eles enfatizam a importância de considerar fatores estruturais e de contexto, denominados determinantes sistêmicos, que contribuem para a ocorrência da obesidade. Além disso, destacam a necessidade de compreender o impacto social e econômico na alimentação e no estilo de vida dos indivíduos.
Diante dessas constatações, os pesquisadores defendem a implementação de políticas públicas e estratégias mais eficazes para combater a obesidade. Eles propõem o incentivo a uma alimentação tradicional e a regulação de alimentos ultraprocessados, juntamente com a promoção de hábitos saudáveis e atividades físicas. Além disso, ressaltam a importância de oferecer uma dieta de qualidade para as gestantes, incentivar o aleitamento materno e fornecer alimentos saudáveis desde a primeira infância.