Isabel era a primeira na linha de sucessão ao trono brasileiro?
Aventuras Na História
Dom Pedro II e Teresa Cristina tiveram quatro filhos. Dom Afonso Pedro foi o primeiro deles e seria o herdeiro natural do trono se não fosse um grande infortúnio a o acometer logo na infância. Aos dois anos, Afonso faleceu.
Em 1846, o casal tem então Isabel, mas conforme a visão da monarquia na época, um filho homem seria a melhor opção para comandar o território. Depois dela, tiveram Leopoldina em 1847 e, por último, Pedro, em 1848.
Isabel se tornou a herdeira presuntiva do trono aos 11 meses de idade com a morte do irmão mais velho. Isso significava que ela havia sido nomeada para assumir o trono, mas apenas porque não havia um homem.
Com o nascimento de Pedro, ela perdeu o direito a assumir a liderança do Brasil. No entanto, pouco tempo depois, ele também viria a falecer na infância em 1850, devastando D. Pedro II que buscava um filho do sexo masculino para passar a coroa.
Como segunda descendente de Dom Pedro II e Teresa Cristina, sendo também a filha mais velha entre as duas mulheres, Isabel assumiria o trono do Brasil se a República não tivesse sido proclamada em 15 de novembro de 1889.
A princesa Isabel poderia ter se tornado nossa primeira imperatriz, embora muitos não acreditassem que ela fosse capaz de assumir o trono brasileiro.
Ela inclusive recebeu uma educação exemplar durante toda sua vida, à altura de uma futura monarca.
Aos 18 anos, casou-se com o nobre francês Louis Philippe Marie Ferdinand Gaston, o Conde d'Eu, neto de Luís Filipe I, rei da França entre 1830 e 1848. A obrigação da nobreza, porém, faria com que a princesa ficasse ainda mais marcada em sua jornada para assumir o trono do país.
Ainda que ela mesma fosse a herdeira ao trono, caso assumisse, quem seria visto como imperador pela sociedade e governaria como tal seria o seu marido. Além de ser estrangeiro, a figura do Conde d'Eu era bastante impopular no Brasil, trazendo uma carga ainda mais negativa à possível ascensão de Isabel à coroa.
Isabel ainda encarou o trono como regente três vezes, embora não tenha chegado a assumi-lo de fato devido à proclamação da República. A nobre foi responsável por sancionar a Lei do Ventre Livre em 1871 na primeira posse, que libertava crianças que nascessem de pessoas escravizadas.
Depois, assumiu entre 1876 e 1877, em uma ação menos conhecida pela história do Brasil que a implementação do Ventre Livre: teve que lidar com problemas religiosos, como o embate entre maçons e católicos, além de enfrentar as consequências trazidas pelas secas extremas do Nordeste. E na última, assinou a Lei Áurea.
Quando a República foi proclamada no Brasil, com o primeiro golpe militar do país, a família imperial fugiu para o exílio. Pouco tempo depois, Dom Pedro II e Teresa Cristina morrem. E o novo regime é consumado no país.
Muitos movimentos continuaram pedindo a volta da monarquia no Brasil e Isabel seria a principal cotada para usar a coroa novamente. No entanto, ela optou por não voltar ao país e abandonar o trono com o intuito de evitar uma guerra civil.
Em uma carta escrita ao timo chefe de gabinete da Terceira Regência, João Alfredo, princesa Isabel escreveu:
"Meu pai, com seu prestígio, teria provavelmente recusado a guerra civil como um meio de retornar à pátria... Lamento tudo quanto possa armar irmãos contra irmãos... É assim que tudo se perde e que nós nos perdemos. O senhor conhece meus sentimentos de católica e brasileira".