La Veneno: Conheça Cristina Ortiz, ícone transexual que fez sucesso na TV espanhola
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Aventuras Na História
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No ano passado, mundo recebeu de presente a minissérie ‘Veneno’, produzida pela dupla Los Javis, composta por Javier Calvo e JavierAmbrossi.
Disponível no HBO Max, conta a história de uma das maiores personalidades trans da Espanha sem floreios, a série vai do nascimento em um lugar que não a aceitava até o estrelato na televisão.
A produção não deixa de lado as lamúrias da vida de uma pessoa que teve que lutar para ser quem era, muito mais do que uma personalidade chamativa de programas televisivos.
Cristina Ortiz, como muitas pessoas transexuais, passou por momentos difíceis e teve que encontrar sua própria família, formada pela comunidade da qual fazia parte.
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Embora seja extremamente conhecida em seu país natal, onde se tornou um ícone, ‘La Veneno’ ainda não havia tido tamanha repercussão internacional, possibilitada tanto pela série quanto pela autobiografia publicada em 2016, escrita com a amiga Valeria Vegas, que acompanha, inclusive, a trama da produção audiovisual.
Por isso, sua história está sendo recontada — agora por muito mais vozes, que continuam debatendo o seu legado para travestis e para a comunidade LGBT de maneira geral. Uma “ativista ao acaso”, como muitos dizem, Cristina se tornou um símbolo.
“Ela me chamou de bicha e ficou me batendo”
“A primeira vez me gritaram ‘bicha Joselito’ eu tinha quatro anos. Eu não estava sofrendo então. Mais tarde, sim. Principalmente quando percebi que meus pais não me apoiavam”, contou Cristina sobre a época em que ainda era José Antonio, na cidade de Adra, em Almeria.
No livro ‘¡Digo! Ni puta ni santa. Las memorias de La Veneno’, ela relatou a infância difícil ao crescer em um lugar onde não tinha nenhum lugar de apoio: se nem sua família poderia ser sua base, quem mais?
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“Eu sou o quarto de seis irmãos. Digo assim porque é desde quando era criança e nessa altura falo de mim mesma em termos masculinos. Ela [minha mãe] me chamou de bicha e ficou me batendo até eu ter 28 anos”, disse La Veneno mais tarde, como consta no livro, repercutido pelo jornal El País.
Com tanta violência, Ortiz decidiu buscar a vida em outro lugar, abandonando a cidade natal aos apenas 13 anos, embora tivesse que retornar em alguns momentos. Ainda que estivesse procurando um local onde pudesse ser ela mesma, continuou sofrendo com a crueldade das ruas, onde era constantemente ameaçada.
Trabalhou como modelo, garçom, e, quando chegou a Madrid, começou a se prostituir. Foi a época em que se afirmou como travesti, se auto batizando de Cristina Ortiz e partindo para o uso de hormônios com o objetivo de realizar a sua transição, no começo do anos 1990. A partir disso, se tornou a "a prostituta que ganhava até 100 mil pesetas para levá-los para casa".
Um brilho único
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Durante a vida noturna, Cristina acabou sendo entrevistada pelo apresentador Pepe Navarro durante o programa ‘Tonight We Cross the Mississippi’, em 1996. O brilho da moça foi exposto na televisão de pessoas em todo o país, que começaram a se apaixonar pela figura carismática.
Valeria Vegas, que ajudou Cristina a escrever sua autobiografia, explicou ao El País que “ela fez isso com graça e um toque muito pessoal”.
“Ela falava sobre o seu dia a dia: o sofrimento que viveu na sua cidade, os maus-tratos, o sexo com uma cliente ou sobre as amigas”, disse.
Com a audiência do programa crescendo cada vez mais, os produtores a convidam para ter seu próprio programa. No começo, Ortiz nega, com medo de seus pais assistirem a TV e a reconhecerem, dessa vez como mulher. Mas, com o suporte de uma amiga e muito incentivo, ela aceita e inicia uma linda e crescente trajetória.
Séries, filmes, dois singles, participação em programas, debates, viagens e, principalmente, muito dinheiro. A vida de Cristina foi uma exceção às pessoas transexuais da época, e ainda hoje, mas ainda tinha um lado oculto, que não ficava exposto durante suas aparições públicas.
Ela teve que discutir com os pais na frente do país inteiro, durante um programa de televisão. Foi explorada por um namorado abusivo e até mesmo com esse envolvimento acabou sendo presa e cruelmente abusada — inclusive em uma prisão masculina, porque não teve escolha —, e deixou o mundo de forma trágica.
Espancada em sua própria casa, foi para o hospital, mas não resistiu aos machucados, falecendo 9 de novembro de 2016, aos 56 anos.
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