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Perfeitamente preservada: Relembre a descoberta da múmia de 57 mil anos de filhote de lobo do Ártico
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Perfeitamente preservada: Relembre a descoberta da múmia de 57 mil anos de filhote de lobo do Ártico

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Aventuras Na História
12/06/2021 13h00
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Em junho de 2016, um minerador estava explorando a antiga área do permafrost em Yukon. O local é conhecido pela presença de ouro, e fica nas proximidades de Dawson City, no Canadá. Mal o trabalhador sabia que iria se deparar com uma descoberta muito mais valiosa.

Entre o gelo, terra e rocha, o homem encontrou um artefato estranho; Ao se aproximar, notou que se tratava de múmia de filhote de lobo perfeitamente preservada. As autoridades canadenses ficaram espantadas com a conservação do animal, que havia passado 57 mil anos congelado.

O lobo do antigo Ártico

Enquanto o pequeno lobo estava vivo, o planeta Terra era bem diferente. Coberto por espessas camadas de gelo, o mundo passava por sua Era Glacial, que chegou ao fim há pouco mais de 10 mil anos.

Batizado de Zhùr, que significa lobo na língua do povo Tr'ondëk Hwëch'in, o bicho foi encaminhado rapidamente para laboratórios especializados, era de extrema importância saber quais condições ele havia vivido e o motivo por trás de sua morte.

Diversas análises foram feitas para descobrir o máximo possível sobre a múmia de lobo. Os exames incluíram datação por radiocarbono, raio-x e coleta de amostra de DNA. Os estudos foram realizados por uma equipe da Universidade Des Moines em Iowa, liderda por Julie Meachen, professora de anatomia.

Raio-x do filhote de lobo / Crédito: Divulgação/ Governo de Yukon

 

“Ela é o espécime de lobo mais completo já encontrado na era do gelo”, disse Meachen ao Live Science. “Todos os seus tecidos moles, seu cabelo, sua pele, até seu narizinho ainda está lá. Ela está completa. E isso é realmente raro”.

Os primeiros resultados apontaram para algo inesperado, ainda que os especialistas soubessem que era um lobo filhote do sexo feminino, a datação confirmou que o animal tinha apenas sete semanas quando morreu.

Além de impressionar pela conservação, a raridade do fóssil também instigou os pesquisadores, que enfatizaram que achados assim são mais comuns na Sibéria. Assim, a descoberta do lobo na América do Norte, oferece outra compreensão sobre a espécie.

Segundo os pesquisadores, o genoma mitocondrial de Zhùr aponta características semelhantes a dois lobos que viviam no Alasca e ao lobo cinzento da Rússia. A evidência mostra uma mistura entre os animais da Eurásia e do continente americano, possivelmente facilitada pela Bering Land Bridge, a famosa ponte de terra que conectava regiões distantes.

Detalhes da múmia

“Eu nunca tinha visto intestinos de 57.000 anos antes”, afimou Meachen. “Quando olhei para as radiografias e pude ver seus intestinos, fiquei um pouco emocionado”. A análise óssea permitiu que os estudiosos recriassem a dieta de Zhùr.

Múmia de lobo encontrada / Crédito: Divulgação/ Governo de Yukon

 

Ainda que os cientistas acreditavam que os lobos de Yukon se alimentavam de bisões durante a Era do Gelo, a pequena Zhùr continha vestígios de uma alimentação aquática, que contava com salmão.

Outro detalhe que chamou atenção dos estudiosos foi o fato de que o lobo estava sozinho quando foi encontrado, levantando hipóteses de como isso aconteceu, já que os filhotes tendem a continuar com sua família.

A teoria mais aceita pela equipe é de que a morte precoce do animal foi causada por um acidente: a toca onde vivia teria desabado em cima dele. O que explicaria também a sua preservação, já que o ambiente se tornou frio e congelou o cadáver do animal perfeitamente.

"Talvez a mãe e os irmãos estivessem fora da toca quando ela desabou e foi por isso que Zhùr foi deixada sozinha dentro da toca", explicou a professora. "É possível que ela fosse um filhote único, mas isso seria raro, geralmente os lobos têm vários filhotes ao mesmo tempo", acrescentou. Vale lembrar que essa e a tese mais provável, visto que é impossível definir com certeza o que aconteceu.


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