Relíquias intactas: Relembre uma das maiores descobertas arqueológicas já feita no Brasil
Aventuras Na História
Em 2013, arqueólogos brasileiros se depararam com um verdadeiro tesouro para a ciência nacional ao encontrarem um acervo notável de artefatos de diferentes momentos históricos no Rio de Janeiro. A descoberta foi feita perto da antiga estação de trens da Leopoldina.
Os pesquisadores encontraram uma série de itens domésticos, como um desodorante e uma escova de dente que estava, inclusive, inscrita em francês com “Sua majestade o imperador do Brasil”, além de outros frascos de vidro intactos.
O sítio arqueológico revelou ainda um aqueduto subterrâneo que pode ter sido construído durante o governo de Dom João VI, no começo do século 19.
Outra descoberta impressionante foram os restos do Matadouro Imperial de São Cristóvão, onde era realizado abate de animais durante o governo imperial.
Segundo o responsável pela análise dos objetos, Cláudio Prado de Mello, os artefatos encontrados vão do século 17 até o final do período imperial do país, no século 19. Os objetos impressionaram tanto pela quantidade, visto que são mais de 800 mil peças, quanto pela qualidade, já que estão íntegras.
“A arqueologia está perplexa, estamos encontrando uma quantidade não só imensa, mas inusitadamente bem preservada”, disse o arqueólogo na época. "Por ser uma área pantanosa e como o local passou por aterramento também com material orgânico, acabou preservando peças inteiras, intactas, sem nenhuma fratura, uma lasca”.
Ele ressaltou a importância de encontrar itens que geralmente passam despercebidos em uma análise geral da arqueologia, como objetos domésticos que faziam parte da rotina das pessoas que viveram na região no passado.
Com essa análise, é possível entender mais sobre o cotidiano desses indivíduos, por exemplo.
Muitos dos itens podem ter sido resíduos de descarte do palácio imperial. A impressionante descoberta foi uma das mais importantes já feitas no Brasil, relatada pela EBC.
“É interessante estudar as coisas simples da vida das pessoas para reconstituir esse cotidiano que a gente não registra. O desodorante, a caixinha de pasta de dente, ninguém guarda para deixar de herança”, destaca Mello.