Traficantes de escravos e torturadores: Brasil possui outros monumentos controversos
Aventuras Na História
No dia 24 de julho deste ano, a imagem da estátua do bandeirante Borba Gato pegando fogo viralizou nas redes sociais. Localizado em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, o monumento foi incendiado por ativistas durante um protesto político, conforme noticiou o portal G1.
A partir disso, levantou-se debates nas redes sociais e na esfera política sobre monumentos homenageando pessoas controversas da História, como é o caso de Borba Gato — apontado pelos manifestantes como um dos responsáveis por inúmeras mortes de indígenas.
No entanto, ao redor do Brasil existem, ainda, outros monumentos, que assim como o do bandeirante, homenageiam figuras históricas controversas.
Homenagem a bandeirantes
Assim como Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Silva foi um bandeirante que viveu entre 1672 e 1740. Segundo a Revista Galileu, ele ficou conhecido como Anhanguera devido as atrocidades que cometeu contra os povos indígenas — traduzindo o nome, significa o ‘diabo velho’ ou ‘espírito maligno’.
Contudo, mesmo tendo causado sofrimento a muitos indígenas, ele recebeu diversas homenagens ao redor do Brasil, inclusive uma estátua localizada na Avenida Paulista, em São Paulo.
Outro bandeirante que foi contemplado com um monumento foi o fundador do povoado de Nossa Senhora do Desterro, chamado Francisco Dias Velho. Ele chegou na região que hoje corresponde a Florianópolis, junto de padres jesuítas e em torno de 500 indígenas escravizados.
Outras figuras históricas controversas
Não só os bandeirantes foram contemplados com monumentos ao redor do Brasil. Conforme a Revista Galileu, Joaquim Pereira Marinho possui uma estátua em frente ao Hospital Santa Izabel, que faz parte da entidade filantrópica privada Santa Casa de Misericórdia da Bahia.
Entre 1839 e 1850, o militar e político português traficou inúmeras pessoas. Segundo documentos de embarcações registradas em seu nome, naquele período ele foi responsável pela importação de diversos africanos para o Brasil. Contudo, naquela época, tal ação já era proíbida.
De acordo com dados do Banco de Dados do Tráfico de Escravos Transatlântico, apurados pela Revista Galileu, estima-se que Joaquim Pereira Marinho tenha traficado em torno de 11.584 homens, mulheres e crianças para a Bahia.
Outro personagem histórico muito polêmico é Floriano Peixoto, o segundo presidente da República. Conhecido como o “Marechal de Ferro”, ele foi responsável por inúmeros ataques violentos contra catarinenses e estrangeiros.
Acredita-se que ele tenha ordenado o fuzilamento de 185 pessoas, com o intuito de romper e desestabilizar a Revolução Federalista, ocorrida em 1893. Já em 1894, Florianópolis foi batizada em sua homenagem.
Atualmente, o polêmico segundo presidente da República possui uma estátua em sua homenagem localizada no Rio de Janeiro. Além disso, ao redor do país há diversas ruas, praças e avenidas que foram batizadas com o seu nome.