Remédio pode reduzir mortes por covid-19 em quase 50%, diz farmacêutica
Tecmundo
As farmacêuticas MSD e Ridgeback Biotherapeutics anunciaram, nesta sexta-feira (1º), que o remédio oral chamado molnupiravir foi capaz de reduzir em quase 50% o número de mortes de pacientes com casos leves a moderado de covid-19 em um estudo. O medicamento antiviral está em investigação em uma análise da Fase 3 com pessoas não hospitalizadas.
De acordo com as companhias, os estudos, que ainda não foram publicados em nenhuma revista científica, mostraram que até o 29º dia, nenhuma morte foi relatada em pacientes que receberam a medicação, em comparação com 8 mortes em pacientes que receberam placebo.
“Com estes resultados, estamos otimistas de que o molnupiravir pode se tornar um medicamento importante como parte do esforço global para combater a pandemia”, disse Robert M. Davis, CEO e presidente da MSD, em um comunicado à imprensa.
"Como o vírus continua a circular amplamente e as opções terapêuticas que agem diretamente contra o vírus atualmente disponíveis são injetáveis ou requerem acesso a uma unidade de saúde, os tratamentos antivirais que podem ser tomados em casa para manter as pessoas com Covid-19 longe dos hospitais são extremamente necessários", afirmou Wendy Holman, CEO da Ridgeback Biotherapeutics.
Sobre o estudo
As farmacêuticas explicaram que a análise interina avaliou dados de 775 pacientes que participaram de um estudo clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo até 5 de agosto de 2021.
Os voluntários do estudo tiveram a confirmação de que estavam com covid-19, apresentando quadros leves a moderados da doença, tinham mais de 18 anos de idade e pelo menos um fator de risco para evolução desfavorável como obesidade ou diabetes, por exemplo.
Com este quadro, o molnupiravir reduziu o risco de hospitalização e/ou morte em todos os subgrupos principais e a eficácia não foi afetada pelo tempo de início dos sintomas ou fator de risco subjacente, de acordo com as companhias médicas.
Outro ponto divulgado em comunicado foi que o remédio demonstrou eficácia contra as variantes Gama, Delta e Mu, as mais difundidas atualmente.
A Fase 3 do estudo clínico foi conduzida globalmente em mais de 170 países, incluindo o Brasil. Por aqui, o tratamento está em teste em 7 centros de pesquisa que estão localizados em São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Bento Gonçalves (RS).
Autorização de uso
A MSD informou que já está planejando enviar um pedido de Autorização de Uso de Emergência do molnupiravir para a Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos. No Brasil, a empresa diz que está negociando com órgãos técnicos governamentais para viabilizar uma forma de fornecer o remédio à população.
Apesar disso, o remédio ainda precisa de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com a MSD, o pedido de aprovação será solicitado em breve.
E mesmo sem as aprovações, o molnupiravir já está sendo produzido em larga escala. A MSD diz que espera produzir 10 milhões de tratamentos até o final de 2021, com mais doses previstas para serem produzidas no ano que vem.