110 anos depois: A origem do misterioso som detectado nos destroços do Titanic
Aventuras Na História
Em 1996, as buscas no local onde o lendário navio Titanic naufragou ainda estavam em pleno vapor pelo surgimento de novas tecnologias no auxílio da exploração marítima. O local tinha sido geolocalizado com exatidão anos antes, reascendendo o mistério sobre a tragédia que vitimou os passageiros e tripulantes em 1912.
Além de especiais em canais de TV a cabo e uma série de atualizações sobre os achados e novas imagens da embarcação no fundo do mar, o filme de 1997, dirigido por James Cameron, estava em sua reta final de produção, posteriormente ostentando o título de maior bilheteria da história do cinema.
Em meio a todo interesse local pelos destroços do cruzador, o explorador marítimo P.H. Nargeolet acabou notando, naquele ano, uma movimentação estranha proveniente da direção do navio; de lá, vinha um estranho bipe, captado em constância.
A tal frequência chamava atenção, principalmente pelo fato que o Titanic estava parado há mais de oito décadas ali, sem nunca ter sido equipado com um equipamento de bipe ou sinal sonoro digital. Iniciou uma série de análises para ver se ali, naquele mesmo local, haviam destroços também de outro naufrágio, que apontaria a origem do bipe.
Compreendendo o fenômeno
De acordo com o portal History, a descoberta pôde ser clareada em uma investigação 26 anos mais tarde, apontando que o sonar tinha uma origem específica, agora encontrada com ainda mais tecnologia e análises apuradas, justamente no ano onde o naufrágio completou 110 anos.
Ao invés de um suposto naufrágio conjunto, como desconfiou Nargeolet, os pesquisadores envolvidos no estudo apontam que, embaixo dos destroços do Titanic, há um recife rochoso com várias formações vulcânicas.
O ponto é tão profundo que conta com uma biodivesidade ampla e única, com lagostas, peixes, esponjas e várias espécies de corais que podem ter milhares de anos, chegando a serem registradas inclusive em vídeos capturados especialmente para a pesquisa.
A nova análise foi liderada por Steve W. Ross, professor do centro de ciências marinhas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e cientista-chefe da OceanGate.
De acordo com ele, a descoberta não apenas tira as desconfianças sobre o som vir do Titanic, mas melhora a forma como conhecemos a biodiversidade do abismo, principalmente pela quantidade de vida marinha localizada a 2,9 mil metros de profundidade no Oceano Atlântico Norte.
“Descobrir este ecossistema anteriormente desconhecido também oferece uma oportunidade de fazer uma comparação com a biologia marinha em torno do Titanic. [...] A variedade de formas de vida, concentração de vida e os ecossistemas em geral podem diferir entre o recife artificial profundo formado no Titanic e este recife oceânico profundo natural recém-revelado. As semelhanças e diferenças nos ajudarão a entender melhor nossos ambientes de águas profundas", completou ao History.