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A fragrância de mais de 2 mil anos que indica o cheiro da Roma Antiga
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A fragrância de mais de 2 mil anos que indica o cheiro da Roma Antiga

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Aventuras Na História
29/05/2023 19h58
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©Divulgação/Universidade de Córdoba
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Uma interessante descoberta relacionada ao Império Romano foi discutida recentemente. Isso porque um antigo vaso de alabastro, que apresentou uma fragrância que tem mais de 2 mil anos, aponta para o que poderia ser considero 'o cheiro da Roma Antiga'.

Como repercutido pela CNN Brasil, a descoberta foi feita em 2019 em Carmona, Sevilha, na Espanha, que no passado configurava a antiga cidade romana de Carmo. O vaso em questão foi revelado numa tumba funerária, em meio aos objetos das pessoas falecidas. Assim, as pesquisas apontam que a antiga fragrância, presente no vaso, pertenceu a um membro da elite da época.

Entrada da tumba onde foi encontrada antiga fragrância romana
Entrada da tumba onde foi encontrada antiga fragrância romana / Crédito: Divulgação/Universidade de Córdoba

O achado

O túmulo que possibilitou a descoberta acabou sendo usado por seis pessoas, sendo três mulheres e três homens. No local, os pesquisadores se depararam com outros objetos que se relacionam com rituais de morte, como oferendas e enxovais.

Porém, a parte mais relevante do achado, ocorrido em 2019 durante a escavação de um antigo mausoléu encontrado na construção de uma casa, se deu em uma urna localizada sobre os restos mortais de uma mulher, que pode ter morrido em uma idade entre 30 e 40 anos. Ali, havia um saco de pano com três contas de âmbar e um frasco de quartzo hialino, que estava cheio de uma espécie de pomada em seu interior.
Recipientes onde eram armazenados perfumes
Recipientes onde eram armazenados perfumes / Crédito: Divulgação/Universidade de Córdoba

Armazenamento

Outro aspecto da descoberta que indica que aquela tumba pertencera, no passado, a pessoas de classes sociais mais abastadas, é que o método de armazenamento da substância não só era bastante funcional, como raro para a época.

No Império Romano, era comum que os recipientes para perfumes fossem feitos de vidro soprado; a pedra entalhada, como no achado aqui citado, configurava um modelo de confecção raro e valioso, devido à dureza do material e dificuldade em esculpi-lo. 

Além da aparência singular que o receptáculo tinha, outro fator surpreendente da descoberta é que, mesmo 2 mil anos depois, permaneceu perfeitamente lacrada. Graças a isso, ficou preservado ali alguns resíduos sólidos do antigo perfume.

De acordo com o site da Veja, o uso de dolomite (um mineral constituído por carbono, cálcio e magnésio) como rolha, além do betume (líquido viscoso e escuro) para a vedação, possibilitou uma proteção quase perfeita e, assim, a preservação daquele composto armazenado.

Perfume romano

A partir da difração de raios X e uma técnica de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas, os químicos argentinos da Universidade de Córdoba, em colaboração com a cidade de Carmona, conseguiram identificar os componentes daquela pomada que, no passado, teria servido como essência.

Segundo o estudo, publicado na revista Heritage, aquele antigo perfume era composto por apenas duas substâncias: uma base aglutinante, capaz de preservar aromas, e uma essência. Acredita-se, inclusive, que essa fórmula para o composto tenha sido desenvolvida por Plínio, o velho (que viveu entre os anos 23 e 73 d.C.), conhecido ao longo da história como sendo "o apóstolo da ciência romana."

Ilustração de como seria Plínio, o velho
Ilustração de como seria Plínio, o velho / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Por fim, as análises químicas ainda puderam constatar que aquela base para o perfume era feita de algum tipo de óleo vegetal — possivelmente azeite, mas isso não é uma conclusão em definitivo. Já a essência daquela fragrância em específico era o patchouli, uma planta indiana que, até hoje, é amplamente utilizada na perfumaria; esta, porém, foi a primeira documentação de seu uso no Império Romano.

Por fim, o estudo sobre as antigas técnicas de perfumaria possibilita uma nova perspectiva sobre os materiais que os romanos utilizavam em seu dia a dia, além das já conhecidas pinturas murais e tecidos. Hoje, ainda seguem sendo feitos outros estudos sobre artefatos preservados no Mausoléu de Carmona.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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