A humilde e difícil infância de Lula, novo presidente do Brasil
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Eleito novo presidente do Brasil em uma das mais polarizadas eleições do país, Luis Inácio Lula da Silva, do PT, derrotou Jair Bolsonaro, do PL, no segundo turno, realizado neste domingo, 30. Lula já havia liderado o país em dois outros momentos: em 2003 e 2011, e agora volta a cadeira presidencial encarando novos desafios.
Com isso, muitos se perguntam como foi a juventude do homem que se tornou um dos nomes mais comentados do Brasil. Nascido em Caetés, no interior de Pernambuco, em 1945, a infância do atual presidente foi marcada pela humildade.
Lula é o sétimo filho de Eurídice Ferreira de Melo, o nome completo de Dona Lindu e Aristides. Nascido na pobreza, o futuro político é filho de um casal de lavradores analfabetos, conforme repercutido pelo site do Instituto Lula. Veio ao mundo em uma casa de apenas dois cômodos e chão de terra batida.
Ao total, Lula tem 17 irmãos - sendo 10 frutos do casamento do pai do futuro presidente com Mocinha. A convivência com o pai não foi fácil. Além de agressões, ele também impedia os estudos. Para Luis Inácio, a separação foi um alívio.
"E aí, para nós foi ótimo. Nós ficamos em liberdade? A gente passou a viver melhor. Era uma pobreza com liberdade. Então, a separação dos meus pais, no fundo, no fundo, foi uma grande liberdade", disse ele, conforme repercutido pelo site de Lula.
Infância dura
A infância do futuro petista foi marcada pela falta de luz, banheiro e água encanada. Diante das dificuldades da vida, Lula tinha apenas 7 anos quando partiu com a mãe e os irmãos para São Paulo. A viagem durou 13 dias e feita num pau de arara.
As dificuldades do trajeto foram descritas pelo presidente no livro 'Lula, o filho do Brasil'.
"É uma tábua atravessada na carroceria do caminhão. Não tem nem encosto atrás. Não é um banquinho de madeira. É uma tábua grudada na carroceria. Você senta e não tem encosto. A gente pode cair. Tinha umas 30, 40 pessoas dentro do caminhão. A gente dormia na calçada. Se esticava e começava a dormir ali. Às vezes, com um cobertorzinho. E, de repente, a gente acordava embaixo da chuva e tinha de correr para debaixo do caminhão. Não cabia todo mundo. Ficava todo mundo amontoado debaixo do caminhão", afirmou Lula.
A fome
Ainda criança, Lula começou a trabalhar no cais de Santos para ajudar a pagar as contas. Já aos 8 anos, ele virou engraxate e, aos 9 anos, ajudante de tinturaria. Quando concluiu o ginásio, foi empregado em uma metalúrgica e entrou no curso técnico de toneiro mecânico do Senai.
“Eu nasci em Caetés e eu fui comer pão pela primeira vez aos 7 anos de idade. Eu vim para São Paulo 70 anos atrás para não morrer de fome, não foram poucas as vezes que minha mãe não tinha comida para colocar no fogo. Eu olhava no semblante da minha mãe e ela nunca perdia a esperança. Ela falava: ‘Hoje não tem, mas amanhã vai ter’. E essa crença… Essa crença me formou”, relembrou Lula durante uma visita na réplica de sua casa, em Caetés, conforme registrado pelo site do presidente.
Presidente da República pela primeira vez em 2003, Lula se tornou um dos políticos que tinham como objetivo tirar os brasileiros da miséria e fome. "Eu sei que é o sofrimento, eu quando vejo uma pessoa na rua eu sei o que essa pessoa está passando. Quando eu vejo uma mulher com criança na calçada pedindo esmola, eu sei o que ela está passando. Então, é essa causa que me move na política", disse Lula.