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Afinal, o que é Comunismo?
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Afinal, o que é Comunismo?

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Aventuras Na História
19/02/2025 21h00
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©Getty Images
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O comunismo é um tema polêmico e frequentemente debatido no mundo inteiro. No entanto, para que possamos criticá-lo ou defendê-lo com propriedade, é essencial dar um passo para trás e compreendê-lo mais profundamente.

Afinal, o maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, mas sim a ilusão do conhecimento. Sendo um apoiador ou um crítico do comunismo, entender o que, de fato, é essa ideologia é muito importante para a construção de um posicionamento embasado.

O comunismo é uma ideologia política e econômica que busca a eliminação da propriedade privada, das classes sociais e do Estado, promovendo uma sociedade igualitária baseada na propriedade coletiva dos meios de produção.

Embora suas raízes filosóficas remontem à Antiguidade, foi no século 19 que suas bases teóricas foram consolidadas, principalmente pelos pensadores alemães Karl Marx e Friedrich Engels.

Os comunistas defendem, entre outros aspectos, a distribuição igualitária de riquezas e a regulação do capital, como forma de combater desigualdades sociais e promover uma sociedade mais justa.

A ideia de propriedade coletiva e a busca por justiça social não são recentes. Platão, em A República, já discutia a eliminação da propriedade privada para evitar conflitos de interesse.

Durante a Idade Média, algumas comunidades cristãs pregavam a vida em comum e o desapego dos bens materiais, ideais que influenciaram pensadores posteriores. A ideia de coletivização também aparece nos ideais do socialismo utópico, desenvolvido por pensadores como Thomas More (Utopia), Charles Fourier e Robert Owen.

Esses pensadores imaginavam sociedades baseadas na cooperação, onde direitos dos trabalhadores e igualdade social seriam primordiais.

Socialismo científico

Karl Marx e Friedrich Engels revolucionaram o pensamento socialista ao introduzirem o "socialismo científico", que analisava a história sob a perspectiva da luta de classes e propunha o comunismo como um destino inevitável das sociedades capitalistas.

No Manifesto Comunista (1848), eles afirmam que "a história da humanidade é a história da luta de classes", destacando a contradição entre burguesia (detentores dos meios de produção) e proletariado (trabalhadores explorados).

Essa luta era vista como necessária para garantir direitos trabalhistas e transformar a sociedade em um modelo mais equitativo, onde a propriedade dos meios de produção seria de todos.

Em O Capital (1867), Marx analisa o funcionamento do capitalismo e explica como ele geraria suas próprias crises, levando à revolução do proletariado e à transição para o socialismo e, posteriormente, para o comunismo. O socialismo, nessa perspectiva, representa uma fase intermediária onde o Estado regula a economia e os meios de produção estão sob controle coletivo, garantindo acesso universal à educação, saúde e moradia.

Revolução russa

A primeira grande tentativa de implantar o socialismo ocorreu na Revolução Russa de 1917, liderada por Lenin e os bolcheviques, resultando na formação da União Soviética.

Durante o governo de Stálin, o país passou por industrialização acelerada, coletivização forçada da agricultura e perseguições políticas, resultando na morte de milhões de pessoas.

Outros países adotaram o comunismo ao longo do século 20, como China, Cuba, Vietnã e Coreia do Norte, com iniciativas que, apesar de algumas conquistas sociais, também foram marcadas por repressão política e crises econômicas.

Muitos governos comunistas estabeleceram sistemas de saúde pública e educação gratuitos, buscando garantir direitos básicos a toda a população, o que se tornou uma das principais pautas defendidas pelos comunistas.

Comunismo no Brasil

No Brasil, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi fundado em 1922 e participou de diversas lutas sindicais e movimentos sociais. Durante a Era Vargas, foi alvo de repressão, culminando na chamada Intentona Comunista de 1935, uma tentativa fracassada de revolta armada.

Durante a ditadura militar (1964-1985), comunistas foram perseguidos e muitos foram mortos ou exilados. Com a redemocratização, partidos de esquerda como o PCdoB e o PT ganharam espaço político, influenciando as políticas sociais e trabalhistas do país, incluindo a luta por direitos de minorias e melhores condições de trabalho.

Críticos apontam que experiências comunistas levaram a governos autoritários, violações de direitos humanos e crises econômicas. Outra crítica comum é a dificuldade de aplicação da teoria na prática, uma vez que nenhuma sociedade conseguiu eliminar completamente as desigualdades sem recorrer a mecanismos de controle estatal.

No entanto, defensores do comunismo argumentam que a luta contra a desigualdade e a exploração continua sendo um dos maiores desafios da sociedade moderna, e que modelos de economia planificada e regulação pública são necessários para combater a precarização do trabalho e a concentração de renda.

O comunismo continua sendo um dos temas mais debatidos na política global. Enquanto alguns o veem como um ideal inalcançável, outros o consideram uma alternativa ao capitalismo desenfreado. A história mostra que suas experiências práticas tiveram tanto sucessos quanto fracassos, o que reforça a necessidade de uma análise crítica e contextualizada sobre seus princípios e aplicações.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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