Home
Notícias
'Ainda Estou Aqui': Qual o paradeiro do assassino de Rubens Paiva?
Notícias

'Ainda Estou Aqui': Qual o paradeiro do assassino de Rubens Paiva?

publisherLogo
Aventuras Na História
26/11/2024 20h00
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/16406971/original/open-uri20241126-17-i167ze?1732651447
©Divulgação
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) identificou o tenente Antônio Fernando Hughes de Carvalho como responsável pela tortura e morte do ex-deputado Rubens Paiva, um crime que permaneceu sem solução por mais de quatro décadas.

A história ganha destaque no filme 'Ainda Estou Aqui' (2024), dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, atualmente em cartaz e cotado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

A investigação da CNV baseou-se no depoimento de um militar, chamado "agente Y", que relatou ter visto Hughes conduzindo métodos violentos de interrogatório em um homem de meia-idade, no DOI (Departamento de Operações de Informações) do Exército, no Rio de Janeiro.

O episódio ocorreu em 21 de janeiro de 1971, o segundo dia de prisão de Rubens Paiva, detido por supostas ligações com grupos de oposição ao regime militar.

As acusações 

Além de Hughes, que já faleceu, o general reformado José Antônio Nogueira Belham foi apontado como responsável pela morte de Paiva. Belham, major na época e comandante do DOI, teria autorizado a continuidade dos interrogatórios, mesmo com sinais de que o preso não resistiria às torturas.

A informação é do coronel Armando Avólio Filho, que testemunhou a cena e levou o caso ao conhecimento de Belham por temer as consequências.

José Antônio Nogueira Belham - Divulgação/CNV

"Belham teve total responsabilidade pela morte de Rubens Paiva, tanto como chefe quanto pela sua presença no local", afirmou Pedro Dallari, integrante da CNV, em declaração ao Globo. O corpo de Rubens Paiva nunca foi encontrado, e a CNV concluiu que ele foi brutalmente torturado e morto no DOI.

Marco jurídico 

Em 2014, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra Belham e outros militares, incluindo Rubens Paim Sampaio, Raymundo Ronaldo Campos, Jurandyr Ochsendorf e Souza, e Jacy Ochsendorf e Souza, marcando o primeiro caso de acusação de homicídio contra agentes da ditadura.

À época, o MPF argumentou que o desaparecimento de Paiva constitui crime de lesa-humanidade, não abrangido pela Lei da Anistia de 1979.

Entretanto, os réus recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o processo temporariamente, com base na decisão anterior da Corte que validava a anistia.

Em 2017, devido a um equívoco, o caso foi arquivado após a morte do ministro Teori Zavascki, mas a procuradora-geral Raquel Dodge conseguiu reativá-lo em 2018.

Avanços 

Em abril de 2024, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos reabriu o processo em âmbito interno como um ato simbólico de reparação histórica. A decisão reflete os esforços contínuos para esclarecer crimes da ditadura e preservar a memória das vítimas.

O caso de Rubens Paiva, agora também representado no cinema, é um poderoso lembrete das violações cometidas durante o regime militar e da luta incessante por justiça e verdade.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também