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Área inabitável da Terra pode superar o tamanho do Brasil até o fim do século
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Área inabitável da Terra pode superar o tamanho do Brasil até o fim do século

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Aventuras Na História
05/02/2025 12h22
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©Getty Images
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Nos últimos anos, a crise climática e o aquecimento global vem sendo um assunto de preocupação para pessoas de diferentes regiões do mundo, devido ao aumento de catástrofes ambientais que vem sendo registrado, desde fortes chuvas e alagamentos até calor intenso e períodos de seca. E caso o ritmo de aquecimento se mantenha, uma parte cada vez maior do planeta deve se tornar praticamente inabitável.

Em artigo publicado na última terça-feira, 4, na revista Nature Reviews Earth and Environment, uma equipe liderada por pesquisadores do King's College London, no Reino Unido, apontou que o aquecimento global contínuo deve tornar partes do planeta quentes demais para que humanos — inclusive jovens — possam suportar. Isso pode se espalhar por até 6% do território global nas próximas décadas, o que corresponderia a uma área maior que o Brasil.

No estudo, os especialistas apontam que, caso a temperatura da Terra supere em 2 ºC a da média pré-industrial, o calor seria tão intenso que forneceria risco até mesmo para os mais jovens e saudáveis. Enquanto isso, nesse mesmo cenário, aqueles com mais de 60 anos estarão em risco em cerca de 35% do planeta.

Vale destacar que 2024 foi o primeiro ano a apresentar uma temperatura média global de 1,5 °C a mais que a média pré-industrial. E caso o ritmo de aumento nas temperaturas siga no ritmo atual, a média de 2 °C acima desta época pode ser alcançado ainda na segunda metade deste século.

"Nossas descobertas mostram as consequências potencialmente mortais se o aquecimento global atingir 2 °C. Limiares de calor insuportáveis, que até agora foram excedidos apenas brevemente para adultos mais velhos nas regiões mais quentes da Terra, provavelmente surgirão até mesmo para os mais jovens", explica o principal autor do estudo, Tom Matthews, em comunicado.

Nesse cenário, a mera exposição prolongada ao ar livre, mesmo sob sombra, com brisa forte e bastante água, seria possível sofrer uma insolação letal. Ou seja, o risco de mortalidade por calor seria uma realidade ainda mais comum e grave.

Estudos

Para desenvolver o estudo, os pesquisadores reuniram dados da ciência do clima físico e do risco de mortalidade por calor, estabelecendo o que chamam de limites "incompensáveis" e "insuperáveis".

Segundo a Revista Galileu, os limites incompensáveis são aqueles em que a temperatura corporal humana aumenta de maneira incontrolada. Enquanto isso, os limites insuperáveis envolvem a temperatura central do corpo atingir uma média de 42 ºC em até seis horas.

É descrito no estudo que, entre 1994 e 2023, as tolerâncias térmicas humanas só foram ultrapassadas em cerca de 2% de toda a área terrestre global, com adultos com menos de 60 anos (e 20% da superfície para adultos mais velhos). Assim, mesmo que os limites incompensáveis tenham sido ultrapassados para todas as idades, somente para os mais velhos que os limites insuperáveis já foram enfrentados.

Por fim, Tom Matthews destaca que antecipar a magnitude dos extremos de calor que ainda devemos enfrentar, bem como seus impactos, é crucial não só para tentar controlar as mudanças climáticas, mas também para voltar esforços na adaptação de comunidades que mais necessitem de amparo, em zonas de risco.

O que nossa análise mostra claramente é que, particularmente para níveis 4°C acima da média pré-industrial, os impactos do calor podem ser extremamente ruins", pontua o pesquisador. "O calor incompensável para adultos afetaria cerca de 40% da área terrestre global, com apenas as latitudes altas e as regiões mais frias das latitudes médias permanecendo inalteradas".

Por fim, vale mencionar que o risco devido ao aquecimento global é uma realidade há décadas. Desde 2000, já foram registradas em todo o planeta mais de 260 mil mortes pelo calor extremo, das quais 200 mil são de apenas três eventos extremos: duas ondas de calor na União Europeia, registradas em 2003 e 2022, e uma outra registrada na Rússia, em 2010.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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