Arquivos do caso Jeffrey Epstein: veja o que foi 'revelado'

Nesta quinta-feira, 27, a Procuradora-Geral Pam Bondi tornou públicos documentos governamentais relacionados ao financista e traficante sexual Jeffrey Epstein. Entretanto, a primeira leva de arquivos disponibilizada no site do Departamento de Justiça não trouxe informações novas sobre o caso de tráfico sexual, alvo de especulação nas redes sociais.

O que foi revelado

Conforme repercutido pela AP News, a pequena coleção de documentos incluiu cópias dos registros de voos do jato particular de Epstein, que já eram acessíveis em processos judiciais, além de uma versão editada de uma agenda telefônica supostamente compilada por Epstein e sua confidente Ghislaine Maxwell, amplamente mencionada em reportagens ao longo dos anos.

O Departamento de Justiça também divulgou uma lista com nomes de massagistas, porém com grande parte das informações ocultas, e um inventário com mais de 150 itens, incluindo imagens de nudez, mesas de massagem e brinquedos sexuais. Mas, vale ressaltar que não ficou claro se essa lista pertencia ao caso de Epstein, Maxwell ou até mesmo outra investigação.

O Departamento de Justiça, entretanto, justificou a publicação dos arquivos como um compromisso com a transparência.

“Este Departamento de Justiça está seguindo o compromisso do Presidente Trump com a transparência e levantando o véu sobre as ações repugnantes de Jeffrey Epstein e seus co-conspiradores”, afirmou a Procuradora Geral Pamela Bondi, conforme o site oficial do departamento. “A primeira fase dos arquivos divulgados hoje lança luz sobre a extensa rede de Epstein e começa a fornecer ao público uma responsabilização há muito esperada.”

A expectativa gerada em torno da divulgação foi frustrante para muitos internautas, que buscam novas informações sobre os crimes de Epstein e suas conexões com figuras famosas. A falta de novidades gerou críticas e frustrou os mais intrigados.

"FORNEÇAM AS INFORMAÇÕES QUE PEDIMOS!" exclamou a deputada Anna Paulina Luna (R-Fla.) em uma postagem nas redes sociais, afirmando que a divulgação foi "uma completa decepção".

Em uma carta enviada na quinta-feira ao diretor do FBI, Kash Patel, Bondi sugeriu que novos registros foram recentemente descobertos. Ela ordenou que o FBI entregasse "os arquivos completos e detalhados sobre Epstein" até sexta-feira pela manhã e pediu a Patel que "iniciasse uma investigação imediata" sobre o não cumprimento da ordem anterior para entrega total dos documentos.

"O FBI está entrando em uma nova era — uma que será definida pela integridade, responsabilidade e busca inabalável por justiça", afirmou Patel, conforme repercutido pelo site do Departamento de Justiça. "Não haverá encobrimentos, documentos perdidos e nenhuma pedra deixada de lado — e qualquer um do escritório anterior ou atual que minar isso será rapidamente perseguido. Se houver lacunas, nós as encontraremos. Se os registros foram escondidos, nós os descobriremos. E levaremos tudo o que encontrarmos ao DOJ [Departamento de Justiça] para ser totalmente avaliado e disseminado de forma transparente ao povo americano, como deve ser. O juramento que fazemos é à Constituição e, sob minha liderança, essa promessa será mantida sem concessões".

Donald Trump, Melania, Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell - Getty Images

O caso Epstein

Epstein foi acusado de abusar sexualmente de dezenas de meninas menores de idade no início dos anos 2000, mas cumpriu apenas 13 meses em prisão. Ele foi indiciado por acusações federais em Nova York em 2019, mais de uma década após ter feito um acordo secreto com procuradores federais na Flórida para resolver acusações semelhantes relacionadas ao tráfico sexual. Depois, foi encontrado morto em sua cela.

O caso atraiu atenção generalizada devido às conexões de Epstein e Ghislaine Maxwell, filha do magnata Robert Maxwell, com membros da realeza, presidentes e bilionários. Você pode conferir os documentos aqui .