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Brasileiro que viveu por 5 anos em hotel de Nova York por U$ 200 pode ser preso
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Brasileiro que viveu por 5 anos em hotel de Nova York por U$ 200 pode ser preso

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Aventuras Na História
25/03/2024 18h22
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©Imagem de 3534679 por Pixabay
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Um dia, em junho de 2018, Mickey Barretose hospedou no hotel New Yorker, no quarto 2565, pagando US$ 200,57 para passar uma noite. No entanto, ele acabou permanecendo no hotel como residente permanente pelos cinco anos seguintes, sem pagar um centavo a mais.

O brasileiro, que tem hoje 49 anos de idade, se aproveitou de uma lei local de aluguel pouco conhecida que permitia que hóspedes se tornassem residentes permanentes, desde que solicitassem um aluguel com desconto.

Barreto e seu companheiro, Matthew Hannan, descobriram essa possibilidade por acaso, ao pesquisarem online as regras de habitação a preços acessíveis para hotéis de Nova York. Eles encontraram uma disposição da Lei de Estabilização de Aluguéis que se aplicava aos quartos de hotel construídos antes de 1969 e alugados por menos de US$ 88 por semana em maio de 1968.

Na Justiça

Segundo os registros judiciais, na manhã seguinte, Barreto deixou o quarto do hotel New Yorker e se dirigiu à recepção, onde entregou uma carta endereçada ao gerente expressando seu interesse em alugar o quarto 2565 por seis meses.

De acordo com o portal O Globo, após uma breve conversa, o funcionário informou a Mickey que a opção de aluguel não estava disponível e que ele teria que desocupar o quarto até o meio-dia, a menos que pagasse por mais uma noite. No entanto, Barreto e seu companheiro não retiraram seus pertences, e quando os carregadores o fizeram, Barreto seguiu para o Tribunal de Habitação da Cidade de Nova York, no sul da ilha, e processou o hotel.

Em uma declaração manuscrita datada de 22 de junho de 2018, o hóspede citou leis estaduais, códigos locais e um precedente judicial anterior para argumentar que seu pedido de aluguel o transformava automaticamente em um "residente permanente do hotel". Ele alegou que a remoção de seus pertences equivalia a um despejo ilegal.

Em audiência realizada em 10 de julho daquele ano, na ausência de representantes do hotel para se opor à ação, o juiz Jack Stoller decidiu a favor de Barreto. Conforme destacou a fonte, Stoller não apenas concordou com seus argumentos, mas também citou a mesma jurisprudência mencionada pelo brasileiro e ordenou que o hotel devolvesse imediatamente a posse das instalações em questão a ele, fornecendo-lhe uma chave.

De hóspede a proprietário

Dias após a decisão, o casal leu novamente a decisão do juiz Stolle e notou que o documento não determinava que o hotel fornecesse aluguel ou qualquer limite de estadia, nem mesmo sugeria que os moradores devessem pagar aluguel. No entanto, a palavra "posse" era mencionada a todo momento. Ao ligar para o tribunal, Barreto descobriu então que havia recebido um “julgamento final de posse”.

Ele declarou que a pessoa que o atendeu teria dito: "Você não é um locatário. Você é dono de um prédio". Após isso, o brasileiro procurou o Departamento de Finanças em Nova York e, com a ordem do juiz em mãos, registrou o estabelecimento em seu nome.

Teorias da conspiração

Embora a escritura tenha sido, mais tarde, considerada falsa, o homem continuou a se apresentar como dono do prédio, exigindo informações financeiras do hotel e tentando fazer melhorias no local.

Enquanto isso, ele desenvolveu teorias de conspiração sobre a Igreja da Unificação, proprietária do estabelecimento, afirmando que estava enviando dinheiro para a Coreia do Norte. Além disso, Mickey dizia, sem provas, ser descendente de Cristóvão Colombo.

Após vários processos judiciais, Barreto foi finalmente despejado em julho de 2023. No entanto, ele continuou a afirmar ser o proprietário do hotel, apresentando outra escritura falsa e causando novos problemas para o hotel, como o aumento de impostos sobre a propriedade.

Finalmente, Barreto foi preso em fevereiro de 2024 e agora enfrenta várias acusações, incluindo fraude criminal, por seu esquema para reivindicar a propriedade do hotel New Yorker. Ele aguarda julgamento e poderá enfrentar vários anos de prisão se for condenado.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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