Caso inconclusivo de serial killer americano pode ser finalmente solucionado

Décadas após a descoberta de milhares de ossos humanos e fragmentos na propriedade de um suposto assassino em série, um esforço renovador busca identificar as vítimas e trazer respostas às suas famílias.

O caso gira em torno de Herbert Baumeister, proprietário de uma fazenda de 18 acres em Westfield, nos arredores de Indianápolis. As investigações, iniciadas em 1996, revelaram evidências macabras na Fox Hollow Farm: mais de 10.000 fragmentos ósseos, algemas e cartuchos de espingarda.

Baumeister, suspeito de prender homens em bares gays e assassiná-los enquanto sua família estava fora, tirou a própria vida no Canadá antes de ser interrogado, levando consigo os nomes de suas possíveis vítimas.

Na época, oito homens foram identificados por meio de registros e tecnologias de DNA disponíveis. No entanto, os esforços para identificar pelo menos outras 17 vítimas potenciais foram interrompidos por falta de financiamento.

Os restos mortais encontrados foram armazenados em caixas por mais de duas décadas no Centro de Identificação Humana da Universidade de Indianápolis.

Respostas

Em 2022, o legista do Condado de Hamilton, Jeff Jellison, recebeu uma mensagem de Eric Pranger, primo de Allen Livingston, um homem desaparecido em 1993. A família havia muito suspeitava que Livingston, então com 27 anos, pudesse estar entre as vítimas de Baumeister.

Motivado pela mensagem, Jellison reiniciou seus esforços, formando uma equipe com agentes do FBI e da Polícia Estadual de Indiana, além de especialistas em genética forense.

Amostras de DNA de Sharon Livingston, mãe de Allen, e de uma de suas filhas foram comparadas com perfis extraídos de ossos selecionados. Em outubro de 2023, foi confirmado que Allen Livingston era uma das vítimas.

Sharon, que lutava contra graves problemas de saúde, faleceu em novembro de 2024, mas teve a oportunidade de receber explicações sobre o caso antes de sua morte.

Desafios

Até o momento, cientistas extraíram oito perfis únicos de DNA masculino de mais de 70 ossos sólidos. Três permaneceram não identificados, enquanto quatro foram atribuídos a homens identificados na década de 1990: Jeffrey Jones, Manuel Resendez, Johnny Bayer e Richard Hamilton.

A equipe continua apelando para parentes de homens desaparecidos entre os anos 1980 e 1990 que possam ter conexão com o caso. O DNA fornecido será inserido no sistema CODIS do FBI e usado exclusivamente para identificação de desaparecidos.

No entanto, o trabalho apresenta desafios. Muitos ossos foram esmagados ou queimados, dificultando a remoção do DNA utilizável. Fragmentos em pior estado estão sendo preservados, como a esperança de que avanços futuros na tecnologia possam desvendar seus mistérios. 

Em agosto, um memorial dedicado às vítimas foi apresentado em Westfield, incluindo uma placa com os nomes das nove vítimas identificadas e espaço para mais. Restos de Allen Livingston e Jeffrey Jones foram adicionados ao ossário do local. Durante a cerimônia, pombas brancas foram soltas para homenagear os mortos.

Linda Znachko, fundadora do ministério He Knows Your Name, que financiou o memorial, afirmou ao Independent que o trabalho busca trazer dignidade às vidas perdidas.

Shannon Doughty, irmã de Livingston, expressou ao portal seu alívio por finalmente saber a verdade: “O medo do desconhecido é o pior. Saber traz uma mistura de emoções — você queria respostas, mas também temia por elas. Mas, no final, eu preciso saber.”

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